A Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP) reagiu, esta quinta-feira, ao arquivamento do inquérito sobre a operação levada a cabo pela Polícia de Segurança Pública (PSP) no Martim Moniz, em dezembro, no qual a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) concluiu terem sido cumprido todos os critérios legais.
“Apraz-nos registar que esta foi realizada como tantas outras, em tantos outros locais e acompanhada pelo Ministério Público (MP). Na altura da discussão, a ASPP/PSP considerou e lamentou que muitos intervenientes políticos e jornalísticos extrapolaram a apreciação dessa operação, com outros enquadramentos e propósitos”, começou por escrever a entidade, em comunicado.
O organismo complementou que “será extremamente importante a intervenção da IGAI, nesta, como em tantas outras operações, locais e contextos onde os polícias prestam serviço, para se poder aferir as condições em que se encontram a trabalhar, se em regime de folga, se após o normal horário de trabalho, se com os meios e equipamentos necessários e com as condições imprescindíveis”.
A ASPP apelou ainda “à imperiosa necessidade de se abordar a segurança pública com serenidade, moderação, seriedade e responsabilidade”, por forma a “respeitar o trabalho que os profissionais desenvolvem e mitigar os constrangimentos que decorrem da falta de respostas governativas estruturais”.
Saliente-se que, segundo avançou o Diário de Notícias (DN), a IGAI indicou que a operação especial de prevenção criminal da PSP, que ficou marcada pela imagem de dezenas de migrantes encostados à parede, foi justificada pelas "condicionantes e objetivo".
O inquérito foi arquivado por o organismo ter concluído que a operação, que decorreu a 19 de dezembro, cumpriu "os preceitos legais, gerais e específicos".
Recorde-se que a operação provocou forte controvérsia ao ser divulgada uma imagem em que dezenas de pessoas, a maior parte estrangeiros, que são uma comunidade numerosa naquela zona da cidade, estavam encostadas a uma parede com as mãos ao alto, tendo surgido na altura comentários sobre tal procedimento da polícia.
Duas pessoas foram detidas e quase 4.000 euros em dinheiro apreendidos, assim como bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.
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