O Ministério Público abriu uma averiguação preventiva ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, por causa de suspeitas na compra de dois imóveis, um em Lisboa e outro em Montemor-o-Novo, avança, esta quarta-feira, o Observador.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), em resposta escrita ao mesmo jornal, explicou que abriu o processo após a "receção de denúncias" e com o objetivo de recolher "elementos".
À agência Lusa, fonte oficial da PGR confirmou a abertura de uma "averiguação preventiva", sem adiantar mais detalhes sobre o caso.
"Na sequência de receção de denúncias e tendo em vista a recolha de elementos, o Ministério Público determinou a abertura de uma averiguação preventiva", referiu fonte oficial da PGR.
A averiguação preventiva "corre termos" no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), no qual é investigada a criminalidade económico-financeira mais complexa.
Segundo a PGR, "estas ações de prevenção estão previstas na Lei 36/94, de 29 de setembro", de Medidas de Combate à Corrupção e Criminalidade Económico-Financeira.
Estes imóveis, agora alvo de suspeitas, já tinham estado envolvidos em polémica em novembro de 2023, depois de a revista Sábado noticiar que Pedro Nuno Santos não declarou como pagou uma casa de 740 mil euros.
Na altura, quando o socialista já era ex-ministro do Governo de António Costa, a publicação avançava que a mulher tinha pagado 290 mil euros a pronto e o resto foi pago através de um crédito bancário de 450 mil euros, amortizado em poucos meses.
A 12 de março, o procurador-geral da República esclareceu, a propósito da abertura pelo MP de uma averiguação preventiva relacionada com o primeiro-ministro e a empresa da família de Luís Montenegro (PSD), que este tipo de procedimento visa avaliar se existem elementos para avançar com a abertura de um inquérito.
Amadeu Guerra acrescentou que uma averiguação preventiva é baseada em informações obtidas em fontes abertas e pedidos de dados a várias entidades.
"Não são meios intrusivos", acrescentou.
O presidente do Sindicato dos Magistrados do MP, Paulo Lona, explicou então à Lusa que uma averiguação preventiva não tem prazo para ser concluída e que as entidades questionadas não estão obrigadas a fornecer informações.
Recorde-se que Portugal vai a eleições legislativas a 18 de maio, depois de o chumbo de uma moção de confiança ao Governo ter resultado na sua queda, e Pedro Nuno Santos será o candidato do PS a primeiro-ministro.
[Notícia atualizada às 17h30]
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