O histórico socialista João Cravinho morreu, esta quarta-feira, aos 88 anos. Da Esquerda à Direita, têm sido várias as figuras, dos diferentes espectros políticos, a lamentar a morte e a recordar o antigo ministro socialista por ter sido uma das vozes mais ativas no combate à corrupção, mesmo quando encontrou resistência do próprio partido, que rejeitou a intenção de criminalizar o enriquecimento ilícito.
Uma das primeiras reações foi do presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco que, a meio das declarações políticas que se realizaram na Comissão Permanente da Assembleia da República, disse que tinha recebido a notícia e enalteceu os "inúmeros cargos de relevo" que exerceu em Portugal e "serviços relevantes" prestados ao país.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa nota publicada no site da Presidência, descreveu João Cravinho como um "político multifacetado" que exerceu os "mais diversos e exigentes cargos públicos, desde Ministro da República em vários Governos, Deputado à Assembleia da República em várias legislaturas e Deputados ao Parlamento Europeu, onde aliás foi vice-presidente".
Em "nome do Partido Socialista", o secretário-geral do partido, Pedro Nuno Santos, recordou o histórico socialista como uma "referência ética e política" e um "homem de convicções firmes, com um percurso notável ao serviço da democracia", que se destacou pela "visão exigente da política como espaço de serviço público e por um olhar visionário sobre a transformação da indústria portuguesa e sobre a mobilidade no território".
Ainda do lado do PS, o antigo secretário-geral António José Seguro destacou a "inabalável luta pela ética na vida pública" e o “combate contra à corrupção”, considerando que o seu exemplo permanecerá.
Do lado do Governo da AD, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, afirmou que "foi com imenso pesar" que teve conhecimento da morte do "destacado político do PS", um dos que "mais pensou no planeamento e no território" e que lançou uma 'guerra sem quartel' à corrupção".
Já o dirigente do PSD Miguel Pinto Luz disse que o antigo ministro socialista foi um "homem de uma categoria superior" que "dedicou grande parte da sua vida a servir Portugal".
No Bloco de Esquerda, a coordenadora do partido, Mariana Mortágua, uma frase marcante de João Cravinho - "A grande corrupção considera-se impune" -, de quem guarda a "coerência de muitos anos de luta pela transparência".
"A grande corrupção considera-se impune."
— mariana mortágua (@MRMortagua) April 16, 2025
Guardo de João Cravinho esta frase e a coerência de muitos anos de luta pela transparência. As minhas condolências.
[Notícia atualizada às 19h16]
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