"Quem é contra" alteração à lei dos solos é "contra a habitação pública"

O presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Isaltino Morais, acusou hoje "quem é contra" a alteração à lei dos solos de ser "contra a habitação pública" e de "defender a pobreza em Portugal".

Notícia

© Paulo Alexandrino/Global Imagens

Lusa
16/01/2025 21:01 ‧ há 3 horas por Lusa

País

Isaltino Morais

Em declarações à Lusa, à margem da apresentação da nova estratégia de estacionamento do concelho, Isaltino Morais sublinhou ser "um defensor" da alteração proposta pelo Governo, que tem dividido as opiniões de autarcas e especialistas.

 

A nova lei atribui às câmaras e assembleias municipais a competência para reclassificar solos rústicos em urbanos, para construção de habitação.

O diploma foi publicado no Diário da República em 30 de dezembro, após promulgação pelo Presidente da República, apesar de considerar que a lei constitui "um entorse significativo em matéria de regime genérico de ordenamento e planeamento do território, a nível nacional e local".

BE, PCP, Livre e PAN já requereram a apreciação parlamentar do decreto-lei que flexibiliza a construção em solos rústicos.

"A alteração da lei dos solos, tal como está proposta pelo Governo, visa essencialmente construir habitação pública", realçou Isaltino Morais, lembrando que "a habitação pública é obrigatoriamente renda acessível" e, portanto, "não é para ir para a especulação do mercado".

Os restantes "30% é que podem ter preços no valor da mediana", frisou, concedendo que esta alteração "obviamente não resolve o problema das famílias que não têm dinheiro para comprar".

"Se libertamos terreno para construção, não vai contribuir, mas também não vai aumentar", disse, salientando, porém, que a carência habitacional do concelho de Oeiras pode ser resolvida com apenas "5% do solo rústico".

Isaltino Morais considerou ainda que "a grande maioria das pessoas que estão a falar deste problema não têm a mínima noção do que estão a dizer", porque "aquilo que determinou esta alta de preços foi, em primeiro lugar, o preço dos terrenos, o haver a escassez de terrenos urbanos".

A isso juntaram-se "os vistos 'gold', os alojamentos locais, a complexidade administrativa" para piorar o cenário, acrescentou.

Além disso, "o maior especulador é sempre o Estado" e foi a lei aprovada na altura do governo de Passos Coelho, ao acabar com os solos urbanizados e deixar apenas solos rústicos e urbanos, que abriu caminho à especulação, apontou.

"Os preços dos terrenos urbanos, no espaço de vários anos, aumentaram 400%", assinalou.

Leia Também: "É claro que me vou recandidatar", confirma Isaltino Morais

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas