Um bebé de dois anos morreu à porta de casa, no Prior Velho, em Loures, no dia 10 de janeiro, um dia após ter tido alta clínica do Hospital Dona Estefânia, em Lisboa.
Teo deu entrada nas urgências com febre, diarreia e vómitos, a 8 de janeiro. Os pais estão revoltados tanto com o hospital, que garantem não ter feito qualquer exame de diagnóstico à criança, como com o INEM.
Em entrevista à CNN Portugal, os progenitores, Silvânia Monteiro e Edmilson Nascimento, acusaram o INEM de "deboche" quando telefonaram para o 112 a pedir a ajuda e que a ambulância demorou a chegar ao local.
"Peguei na carrinha, saí de Santa Iria para aqui [Prior Velho] e cheguei primeiro que a ambulância, ele [o filho] já não estava muito bom, estava em condições péssimas, péssimas mesmo, nem dá para lembrar", contou Edmilson.
Pais acusam INEM de "deboche"
À mesma publicação, o INEM garantiu que o profissional que atendeu a chamada apenas questionou porque é que não era a mãe, que se encontrava junto ao bebé, a ligar, sem querer comentar as acusações de "deboche".
O Notícias ao Minuto questionou o INEM sobre o caso. O instituto confirmou "a assistência médica pré-hospitalar prestada" na situação em causa, "através dos Bombeiros Voluntários de Sacavém, VMER de São José e, mais tarde, da equipa de psicólogos do INEM, acionados na sequência de um pedido de ajuda recebido no Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) às 14h33".
A ambulância demorou 20 minutos a chegar à casa do menino desde que o pai ligou para o INEM.
Pai desligou chamada. Mãe demorou a falar em dificuldades respiratórias
Como Edmilson não se encontrava junto do filho, o técnico do CODU pediu-lhe o contacto da mãe, para conseguir fazer a triagem. Revela a CNN Portugal que "houve dificuldades de comunicação" e que o pai do menino acabou mesmo por desligar a chamada.
Posteriormente, o INEM conseguiu entrar em contacto com a mãe de Teo, que relatou que este estava com vómitos e diarreia, mas só depois de terem sido várias questões é que a mulher informou o técnico que o bebé "estava a ficar pálido e com dificuldades respiratórias" descrição que o levou a acionar a ambulância, às 14h53.
Ao mesmo canal de televisão, o comandante dos Bombeiros de Sacavém, Pedro Carolino, contou que estavam já a caminho do local, quando foram informados que Teo tinha entrado "em paragem cardiorrespiratória".
A viatura chegou às 15h, sete minutos depois de ter sido acionada. A mãe estava com o filho ao colo, na via pública e ao telefone com o INEM. De imediato foi iniciado o suporte básico de vida, mas já não havia nada a fazer.
Ao Notícias ao Minuto, o INEM revelou que o "óbito do bebé foi verificado no local” e foi também "acionada a autoridade".
Falta de exames no hospital? "Orientação feita de forma adequada"
Quanto à alegada falta de exames de diagnóstico quando se dirigiram com o filho às urgências, no dia 8 de janeiro, a Unidade Local de Saúde de São José, à qual o Dona Estefânia pertence, disse apenas, num comunicado enviado no fim de semana às redações, que o bebé deu entrada "com queixas compatíveis com uma gastroenterite aguda, sem sinais de gravidade.
Nessa altura "foi realizada uma observação clínica por um médico especialista e orientação de forma adequada, com indicação de regresso à unidade em caso de persistência ou agravamento dos sintomas".
Para já, as causas da morte de Teo ainda não foram apuradas. O corpo foi entregue ao Instituto de Medicina Legal para autópsia.
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