O primeiro-ministro endereçou ao novo Secretário-Geral do Governo uma "palavra de agradecimento", sublinhando que "não era fácil aceitar este desafio, e não era fácil que a sua aceitação viesse de alguém que tem uma vida tão tranquila".
Luís Montenegro elogiou, ainda, os custos "pessoais e financeiros" que Carlos Costa Neves fez para aceitar o cargo, dizendo que terá um rendimento inferior nas novas funções do que tinha como reformado.
"Não deixo de anotar o esforço e a prova de dedicação à causa pública que o novo secretário-geral do Governo dá ao vir vestir esta camisola com custos pessoais e financeiros. É mesmo um caso para dizer que o Carlos Costa Neves, nesta ocasião, está a pagar para trabalhar, visto que terá um rendimento inferior nesta função do que aquele que teria se não aqui estivesse", salientou Luís Montenegro, na cerimónia de tomada de posse do secretário-geral do Governo, Carlos Costa Neves, na residência oficial em São Bento, em Lisboa.
De acordo com informação do gabinete do primeiro-ministro, o estatuto remuneratório do novo secretário-geral do Governo "será o previsto nos termos do decreto-lei nº 43-B/2024, de 2 de julho", rondando os seis mil euros, acrescentando-se que Carlos Costa Neves "abdica das pensões da Segurança Social e Caixa Geral de Aposentações e da subvenção mensal vitalícia por ser ex-titular de cargo político".
"Queremos competir com as empresas na administração pública"
O primeiro-ministro, Luís Montenegro, garante que o primeiro objetivo na administração pública portuguesa é "servir os cidadãos, servir as instituições" e reitera que a reforma da instituição tem como objetivo "colocar o Estado num nível de eficiência mais elevado".
"Esta reforma que está subjacente ao ato de posse" do novo Secretário-Geral do Governo, Carlos Costa Neves, "tem por objetivos colocar o estado num nível de eficiência mais elevado, mais próximo do real pulsar da sociedade, do quotidiano interesse dos cidadãos e das instituições, fazendo com que a capacidade de resposta seja o mais especializada, direcionada".
Corroborando as palavras de Carlos Costa Neves diz que a reforma é "muito vocacionada para a obtenção do resultado que os cidadãos procuram e as empresas procuram quando se dirigem a qualquer departamento da administração", afirma Luís Montenegro, durante a cerimónia de tomada de posse do novo Secretário-Geral do Governo, esta terça-feira.
O Chefe de Governo afirma que "queremos competir com as empresas na administração pública" ao atrair e reter "os melhores quadros que a nossa sociedade é capaz de formar".
"Estamos a melhorar a gestão, estamos a melhorar a organização, mas também estamos a melhorar a condição remuneratória e a perspetiva de carreira de todos aqueles que decidem trabalhar nos órgãos da administração", refere o primeiro-ministro.
Recorde-se que o Governo anunciou em 27 dezembro a nomeação do ex-administrador do Banco de Portugal Hélder Rosalino como secretário-geral do Governo, que viria a desistir do cargo três dias depois após uma polémica pública sobre o vencimento que iria ter nesta nova função (na qual iria manter o salário de origem cerca de 15.000 euros), sendo Costa Neves o segundo nome indicado pelo executivo para este cargo.
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