A Direção Geral da Saúde (DGS) confirmou, esta terça-feira, num comunicado enviado ao Notícias ao Minuto, a ocorrência de um foco de "Gripe Zoonótica de Alta Patogenicidade, do subtipo H5N1", conhecida como gripe das aves, numa exploração de galinhas poedeiras, no concelho de Sintra.
Porém, de acordo com DGS, tal como já tinha sido avançado, "até ao momento, não há registo de pessoas com sintomas ou sinais sugestivos de infeção humana pelo vírus H5N1, nem foram notificados quaisquer casos na plataforma de suporte ao Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE)".
As autoridades de veterinária e as autoridades de Saúde estão agora, segundo a DGS, "a implementar as medidas necessárias para o controlo e erradicação deste foco".
Vírus não se transmite através do consumo de carne
Na mesma nota, a DGS sublinha que a transmissão do vírus H5N1 para humanos é um evento "raro", com casos esporádicos registados a nível global. No entanto, caso ocorra, "a infeção pode manifestar-se com um quadro clínico grave".
Ainda segundo a DGS, a transmissão ocorre principalmente "em contextos de exposição profissional por contacto direto ou próximo com animais infetados ou com os tecidos, penas, excrementos ou inalação de vírus por contacto próximo com animais infetados ou ambientes contaminados". Tal como o Notícias ao Minuto já tinha explicado, o vírus não se transmite através do consumo de carne nem de ovos.
A DGS continuará a acompanhar ativamente a evolução deste foco de Gripe Zoonótica de Alta Patogenicidade e "mantem a comunicação regular, atualizando a população sobre o risco para a saúde humana sempre que necessário".
Operadores são responsáveis pelo estado sanitário dos animais
Ontem, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) explicou que as ações para erradicação do foco de doença "incluem a inspeção ao local onde a doença foi detetada, a eliminação dos animais afetados, a limpeza e desinfeção das instalações, a restrição da movimentação e a vigilância das explorações com aves situadas nas zonas de restrição, num raio de até 10 km em redor do foco".
Segundo esta autoridade, "os operadores são os primeiros responsáveis pelo estado sanitário dos seus animais e devem comunicar de imediato qualquer suspeita de doença à DGAV", uma vez que a "deteção precoce de focos é essencial para a implementação célere de medidas de controlo, evitando a disseminação da doença e minimizando perdas para o setor".
"Perante a evidência de circulação do vírus da GAAP, a DGAV apela a todos os detentores de aves para que cumpram rigorosamente as medidas de biossegurança e as boas práticas de produção avícola. Estas incluem evitar contactos diretos ou indiretos entre aves domésticas e aves selvagens, reforçar os procedimentos de higiene de instalações, equipamentos e materiais, e aplicar um controlo rigoroso dos acessos aos estabelecimentos onde as aves são mantidas", apelou ainda.
A Organização Mundial da Saúde Animal (OMSA) disse à agência Reuters que o vírus H5N1 foi detectado num bando de 55.427 aves de capoeira na aldeia de São João das Lampas, tendo provocado a morte a 279 aves, de acordo com um relatório das autoridades portuguesas.
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