"Estou a viver o melhor que posso", respondeu Francisco, num sussurro, da janela do carro à saída da prisão, quando questionado pelos meios de comunicação social sobre como está a decorrer a convalescença.
Desde que foi eleito em 2013, Francisco visitou prisões ou centros de refugiados em Roma e arredores, neste dia em que os católicos assinalam a Última Ceia de Cristo.
Este ano, embora não tenha participado, de manhã, na Missa Crismal na Basílica de São Pedro, o Papa manteve a tradição e regressou à prisão Regina Coeli, no bairro romano de Trastevere, onde já tinha estado em 2018.
"Gosto de fazer todos os anos o que Jesus fez na Quinta-feira Santa, o lava-pés, na prisão. Este ano não o posso fazer, mas posso e quero estar perto de vós. Rezo por vós e pelas vossas famílias", disse aos presos, no final da visita de cerca de meia hora, indicou o Vaticano.
Jorge Bergoglio efetuou a visita em cadeira de rodas, que já usava antes de ser hospitalizado devido aos problemas de mobilidade, e foi recebido pelos diretores e funcionários da cadeia sob aplausos.
De seguida, reuniu-se com um grupo de 70 reclusos, disse o serviço de imprensa do Vaticano.
Nesta ocasião, o Papa apareceu sem as cânulas nasais, através das quais recebe oxigénio, e com as quais já foi visto em algumas ocasiões públicas, como no final das missas do Jubileu dos Doentes, a 06 de abril, e a do Domingo de Ramos, a 13 deste mês.
No final da visita, o Papa regressou à Casa Santa Marta, onde vive desde que foi eleito e depois de ter recusado viver no apartamento papal no Palácio Apostólico, até aqui residência habitual do líder da Igreja Católica.
Embora a convalescença continue, o Papa está a regressar gradualmente ao trabalho e na quarta-feira, recebeu o pessoal e a direção do hospital Gemelli, onde esteve internado 38 dias.
Sem poder participar em todos os ritos da Semana Santa, Francisco delegou as celebrações a vários cardeais.
A Via Sacra, na sexta-feira à noite, tradicionalmente celebrada ao ar livre em frente ao Coliseu de Roma, será presidida pelo cardeal Baldassare Reina, embora as meditações que vão ser lidas tenham sido escritas pelo Papa.
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