Em fevereiro, indicou Berlim, a Alemanha recebeu 12.775 pedidos de proteção, menos do que a França (13.065) e a Espanha (12.975), de acordo com os últimos dados do gabinete de estatísticas europeu Eurostat, que ainda não publicou os números de março para todos os países.
"Pela primeira vez em muitos anos, já não é a Alemanha que recebe o maior número de pedidos de asilo", declarou a ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, num comunicado.
Com 41.000 pedidos na Alemanha entre janeiro e março, o número de requerentes de asilo diminuiu 45% em relação ao mesmo período do ano passado.
Em março, o número desceu mesmo abaixo dos 10.000 "pela primeira vez em muitos anos", com um declínio acentuado dos pedidos provenientes da Síria e da Turquia, afirmou Faeser.
De acordo com um relatório confidencial da Comissão Europeia, citado pelo jornal Die Welt, a Alemanha ocupará o terceiro lugar, atrás da França e da Espanha, no primeiro trimestre de 2025.
Estes números ilustram o ponto de viragem na política de imigração da Alemanha, que tem sido o principal país de acolhimento da Europa desde a crise migratória de 2015.
Em 2024, o Governo alemão, sob pressão do partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar nas eleições legislativas de fevereiro, intensificou as medidas de luta contra a imigração clandestina.
As eleições foram dominadas por questões de imigração e segurança, na sequência de uma série de ataques mortais no país, alguns dos quais cometidos por imigrantes ilegais.
Segundo Faeser, nos últimos dois anos, a Alemanha reduziu em mais de metade o número de pedidos de asilo.
Depois de terem ganho as eleições, os conservadores da CDU/CSU querem ir mais longe.
Nas conversações com os sociais-democratas do SPD para formar uma coligação, a CDU exigiu que todos os estrangeiros sem documentos, incluindo os requerentes de asilo, sejam repelidos na fronteira.
No primeiro trimestre, Berlim também se pronunciou sobre mais de 84.000 pedidos de asilo, rejeitando mais de 80% deles.
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