Manifestações no Zimbabué contra o presidente com pouca adesão

A polícia do Zimbabué reforçou hoje a presença nas principais cidades do país, onde empresas e gabinetes governamentais estiveram encerrados devido a manifestações convocadas por um opositor do presidente Emmerson Mnangagwa, que acabaram por ter pouca adesão.

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© ANTON VAGANOV/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
31/03/2025 13:50 ‧ há 2 dias por Lusa

Mundo

Zimbabué

O opositor político, Blessed Geza, um veterano da guerra da independência de 1980 e antigo dirigente do partido no poder, a Zanu-PF (União Nacional Africana do Zimbábue - Frente Patriótica), conhecido como "o crocodilo", pede a demissão do Presidente.

 

Um pequeno grupo de pessoas tentou reunir-se hoje na praça Robert Mugabe, em Harare, mas foi dispersado pela polícia, de acordo com vídeos publicados nas redes sociais, referidos pela France-Presse (AFP).

"Foi anunciada como uma marcha pacífica, mas a polícia já está a começar a bater nas pessoas", disse um manifestante a um meio de comunicação local.

"Vou ficar aqui e, se tiver de morrer, será para o bem dos meus filhos", acrescentou.

Na segunda maior cidade do país, Bulawayo, as principais lojas e escritórios estavam fechados e poucas pessoas se encontravam no mercado de produtos frescos, normalmente muito movimentado, informou a AFP.

"A tarefa de depor Mnangagwa já começou", declarou a semana passada, nas redes sociais, Blessed Geza.

As autoridades do Zimbabué anunciaram, como resposta, que iriam tomar medidas contra qualquer pessoa que incitasse à violência, uma vez que neste país da África Austral, vizinho de Moçambique, as manifestações são raras e controladas.

O Presidente enfrenta lutas internas no seu partido e uma crescente revolta da opinião pública face a uma economia em dificuldades.

Todavia, foi precisamente uma fação da Zanu-PF que permitiu a Mnangagwa prolongar o mandato para além dos dois limitados pela Constituição, que expiram em 2028, o que desencadeou a ira da oposição interna.

Geza e a sua fação de veteranos da guerra estão a fazer pressão para substituir o chefe de Estado pelo seu vice-presidente, Constantino Chiwenga, um general reformado, precisamente o homem que orquestrou o golpe de Estado de 2017 que colocou Mnangagwa no poder.

Todavia, a oposição é severamente reprimida e o próprio Geza atua na clandestinidade.

Em 2017, protestos em massa apoiaram o exército para acabar com as décadas de Robert Mugabe no poder e substituí-lo por Mnangagwa, então seu vice-presidente, agora visto como ainda mais autoritário que antecessor.

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