"A Ásia tornou-se a região mais dinâmica do mundo em termos de desenvolvimento e potencial de crescimento", afirmou Ding Xuexiang, membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista Chinês, a cúpula do poder na China, na sua intervenção no evento, que conta com a participação do ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel.
"A Ásia abriu ativamente as suas portas e tomou a iniciativa de se integrar no mundo", lembrou o vice-primeiro-ministro chinês, num período de crescentes fricções comerciais entes os Estados Unidos e o resto do mundo.
Ding Xuexiang afirmou que a região deve "trabalhar em conjunto para proteger o comércio livre, aderir ao regionalismo aberto e opor-se resolutamente ao protecionismo comercial e de investimento".
Apelou à "resolução das diferenças e dos diferendos através do diálogo e da consulta" e defendeu a "abertura, a cooperação e a globalização económica" como "escolhas inevitáveis" para a região.
O vice-primeiro-ministro afirmou que o desempenho económico da China "permanece estável" e que "as taxas de crescimento da indústria, do consumo, do investimento e de outros indicadores nos primeiros dois meses deste ano foram superiores às registadas em todo o ano passado".
Ding afirmou que as autoridades "vão implementar políticas macroeconómicas mais pró-ativas" e "expandir a procura interna em todas as frentes", numa altura em que o fraco consumo interno suscita pressões deflacionárias na segunda maior economia do mundo.
Acrescentou que o Governo chinês vai "promover de forma mais vigorosa o desenvolvimento saudável dos mercados imobiliário e bolsista".
O fórum, que decorre até sexta-feira sob o tema "A Ásia num Mundo em Mudança: Rumo a um Futuro Partilhado", sublinhou a resiliência da região num ambiente global marcado por tensões geopolíticas, inflação moderada e uma recuperação desigual, com um relatório na terça-feira a prever um crescimento real do PIB asiático de 4,5%, em 2025, em comparação com 4,4%, em 2024.
Conhecido como "Davos asiático", o Fórum de Boao para a Ásia, criado em 2000 por acordo de 29 países da região, realizou-se pela primeira vez em fevereiro de 2001, com o objetivo de promover a integração económica asiática, objetivo que mais tarde alargou a uma escala global.
O regresso de Trump à Casa Branca e as rondas de taxas alfandegárias impostas ou anunciadas que afetaram particularmente os maiores parceiros comerciais norte-americanos, como a China, o Canadá, o México e a União Europeia, foram o foco desta edição.
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