Parlamento abre comissão de inquérito contra Milei devido a caso $LIBRA

A Câmara dos Deputados da Argentina aprovou hoje a convocação de várias comissões para tratar projetos ligados ao caso da criptomoeda $LIBRA, incluindo a criação de uma comissão de inquérito sobre o papel do Presidente Javier Milei.

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© Marcos Brindicci/Getty Images

Lusa
12/03/2025 23:39 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Argentina

A oposição conseguiu forçar as comissões competentes a abrirem o debate na próxima semana, uma vez que nenhum dos projetos de lei tem um parecer da comissão e, por isso, precisam de dois terços dos votos para serem aprovados no parlamento.

 

Entre estes projetos está a criação de uma comissão de investigação para analisar "a conduta do Presidente da Nação, Javier Milei, na promoção da criptomoeda $LIBRA".

A comissão terá também de aprovar os pedidos de relatórios, pessoalmente e por escrito, dirigidos ao próprio Milei, à irmã do Presidente e Secretária-Geral da Presidência, Karina Milei, ao Chefe de Gabinete, Guillermo Francos, ao Ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona e ao porta-voz presidencial, Manuel Adorni.

"Queremos saber se no dia 14 de fevereiro começou a escrever-se um capítulo negro", disse o deputado da União Cívica Radical (UCR) Pablo Juliano, referindo-se à publicação nas redes sociais de Milei de uma mensagem onde divulgava o acesso à compra e fazia publicidade à criptomoeda.

As alegações, que já estão a ser investigadas judicialmente, indicam que o preço das ações subiu exponencialmente e caiu em poucas horas e pelo menos 40.000 pessoas foram afetadas.

De acordo com dados da empresa de consultoria Nansen, 86% dos investidores de vários países perderam um total de 251 milhões de dólares ao comprarem a $LIBRA, enquanto os restantes conseguiram obter um lucro de 180 milhões de dólares.

Dado o atraso na votação das intimações, que foram posteriormente aprovadas, o deputado peronista dissidente Nicolás Massot aludiu ao facto de o presidente da Câmara, Martín Menem, membro da La Libertad Avanza, estar envolvido no escândalo por ter repostado uma publicação de Milei.

"É quase paradoxal que tenha de determinar isto, porque é um dos que tem de dar explicações (...) com toda a presunção de inocência de que gozam o secretário-geral, o porta-voz da presidência e os deputados, que ingenuamente participaram nisto", disse Massot.

"Tem a possibilidade de não continuar a obstruir isto", acrescentou o deputado,

"Não minta à verdade, porque não há qualquer tipo de obstrução. O Congresso está a trabalhar", respondeu o presidente da Câmara dos Deputados.

Esta não é a primeira vez que a oposição tenta debater este caso no Parlamento. A 20 de fevereiro, a questão foi levada a uma sessão plenária do Senado, mas nessa ocasião a oposição não reuniu os votos necessários para criar uma comissão de investigação e apenas conseguiu aprovar um pedido escrito de relatórios ao executivo.

O governo de Javier Milei está a atravessar uma crise devido ao caso da criptomoeda $LIBRA, que foi promovida pelo chefe de Estado argentino no passado dia 14 de fevereiro na sua conta X, antes de entrar em colapso.

A mensagem foi apagada pelo próprio algumas horas depois e o valor da moeda entrou em colapso, causando milhões de dólares em perdas aos seus breves investidores, de acordo com o 'site' financeiro Dexscreener.

A moeda, desenvolvida pela KIP Protocol e Hayden Davis, poderia ser obtida acedendo a uma ligação que direcionava os utilizadores para um 'site' chamado vivalalibertadproject.com, referindo-se à frase com a qual Milei encerra discursos e mensagens nas suas redes sociais.

Por este motivo, o chefe de Estado já recebeu várias queixas na Argentina e até nos Estados Unidos, bem como um pedido de destituição por parte de deputados da oposição.

Leia Também: 'Motosserra' de Milei já faz cortes: Governo elimina Instituto do Cancro

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