Marco Rubio chega ao Canadá para reunião do G7 sobre Ucrânia

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, chegou hoje ao Canadá para uma reunião de chefes de diplomacia do G7 dedicada à Ucrânia, num contexto de guerra comercial e tensão entre Washington e Otava.

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Lusa
12/03/2025 23:31 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Marco Rubio

Rubio é o primeiro alto funcionário da administração Trump a pisar solo canadiano, numa altura em que o Presidente norte-americano impõe tarifas alfandegárias e faz sucessivas provocações ao país vizinho, afirmando que este deveria tornar-se o "51º Estado" dos Estados Unidos.

 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros do G7 - Grã-Bretanha, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Estados Unidos - reúnem-se  entre hoje e sexta-feira em Charlevoix, no Quebeque, para o seu primeiro encontro desde que Donald Trump regressou ao poder em janeiro.

Antes de chegar ao Canadá, Marco Rubio defendeu que o G7 deve concentrar-se na Ucrânia, que é "o objetivo desta reunião" e adiantou esperar que o G7 reconhecesse que "os Estados Unidos fizeram uma coisa boa para o mundo", na sequência das discussões desta semana na Arábia Saudita.

A Ucrânia aceitou na terça-feira a proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, após mais de oito horas de conversações em Jeddah.

"Estamos agora todos a aguardar com impaciência a resposta da Rússia", frisou Marco Rubio.

A Rússia disse, por seu lado, estar à espera de ser oficialmente informada desta proposta de tréguas pelos Estados Unidos, uma vez que os dois países começaram também a reatar as suas relações.

Os países europeus, que até agora tinham sido mantidos à margem das negociações, congratularam-se com os progressos registados, mas voltaram a apelar à criação de garantias de segurança para dissuadir a Rússia de lançar um novo ataque no futuro.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou hoje que o cessar-fogo deve fazer parte de um processo de paz que conduza a um acordo duradouro, e em que a soberania da Ucrânia seja preservada.

Por seu lado, o ministro italiano Antonio Tajani vai sublinhar no G7 a importância de "manter a unidade transatlântica para alcançar uma paz justa e duradoura, que garanta a independência e a soberania da Ucrânia e, ao mesmo tempo, a segurança do continente europeu".

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje que os negociadores norte-americanos vão viajar "imediatamente" para a Rússia, numa altura em que Washington insta Moscovo a aceitar a sua proposta de um cessar-fogo

Trump disse esperar que Vladimir Putin também apoie este plano, mas manteve-se evasivo quanto à pressão que poderia exercer sobre o seu homólogo russo se este recusasse.

O debate do G7 no Quebeque poderá, no entanto, ser ensombrado pelas tensões comerciais, nomeadamente entre o Canadá e os Estados Unidos.

À chegada de Rubio à cidade do Quebeque, foi estendida uma pequena passadeira vermelha na pista do aeroporto, antes da sua partida para Charlevoix, nas margens do rio São Lourenço, relata a agência AFP.

Em mais uma etapa da guerra comercial entre os dois países, iniciada por Washington, o Canadá anunciou hoje que vai impor novas tarifas alfandegárias sobre determinados produtos norte-americanos a partir de quinta-feira, em resposta à taxação sobre o aço e o alumínio anunciada porTrump.  

Dominic LeBlanc, ministro canadiano das Finanças, precisou numa conferência de imprensa conjunta com outros ministros que a medida afetará principalmente produtos como computadores, equipamento desportivo e produtos de ferro fundido.  

A ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá, Mélanie Joly, disse na mesma conferência de imprensa, que durante a cimeira ministerial do G7 abordará a guerra comercial em todos os encontros que tiver com Marco Rubio.

"Em todas as reuniões, vou levantar a questão das tarifas para coordenar a nossa resposta com os europeus e pressionar os norte-americanos. Isto é muito mais do que economia. É sobre o futuro do nosso país. A soberania e a identidade canadianas não são negociáveis", acrescentou Joly.

Estas novas tarifas juntam-se às que o Canadá já impôs desde o início de março sobre mais 30 mil milhões de dólares (cerca de 19 mil milhões de euros) em importações dos Estados Unidos, que vão desde bebidas alcoólicas a sumo de laranja e eletrodomésticos.

No total, o Canadá está atualmente a impor tarifas de 25% sobre quase 60 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) de importações dos Estados Unidos.

Os Estados Unidos começaram hoje a implementar tarifas sobre as importações de aço e alumínio de todo o mundo, somando-se às outras taxas que o Governo norte-americano impôs na semana passada sobre os produtos canadianos excluídos do tratado T-MEC - o acordo de livre comércio entre EUA, México e Canadá.

Leia Também: EUA querem Europa envolvida em possível acordo de paz com a Rússia

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