Estados Unidos já retomaram entregas de armas a Kyiv

As entregas de armas dos Estados Unidos à Ucrânia foram hoje retomadas, confirmaram as autoridades de Washington, um dia depois de a administração norte-americana ter chegado a acordo com Kyiv sobre um cessar-fogo no conflito com a Rússia.

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© Dan Bashakov/Global Images Ukraine via Getty Images

Lusa
12/03/2025 20:00 ‧ há 8 horas por Lusa

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Ucrânia

O entendimento, alcançado na terça-feira entre as delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia em Jeddah, na Arábia Saudita, implicou igualmente o levantamento da suspensão da ajuda militar de Washington, bem como da partilha de dados dos serviços de informação norte-americanos a Kyiv.

 

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia e da Polónia. Já tinham avançado o reatamento do fornecimento de armas à Ucrânia através de um centro logístico polaco.

As entregas desta assistência vital para as forças ucranianas passam por um centro da NATO e dos Estados Unidos na cidade de Rzeszow, no leste da Polónia, que tem sido utilizado para transportar armas ocidentais para a vizinha Ucrânia, a cerca de 70 quilómetros de distância.

Autoridades norte-americanas mencionadas pela agência Associated Press (AP) confirmaram que a transferência de armamento foi reatada, enquanto esperam que Moscovo se pronuncie sobre a proposta de cessar-fogo de 30 dias resultante do acordo entre Washington e Kyiv.

Os Estados Unidos também restauraram o acesso da Ucrânia a imagens comerciais de satélite não classificadas fornecidas pela Maxar Technologies, através de um programa gerido por Washington, disse o porta-voz da empresa, Tomi Maxted, à AP.

Estas imagens ajudam a Ucrânia a planear ataques, a avaliar o seu sucesso e a monitorizar os movimentos russos.

Na base do acordo em Jeddah, está o propósito do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de pôr fim à guerra e a pressão colocada sobre o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para iniciar negociações.

A suspensão da assistência militar dos Estados Unidos aconteceu dias depois de Zelensky e Trump terem mantido uma acesa discussão pública sobre o conflito numa tensa reunião na Casa Branca.

A decisão norte-americana de retomar a ajuda militar após as negociações de terça-feira com altos representantes ucranianos na Arábia Saudita marcou uma mudança brusca na sua posição.

rump disse que "agora depende da Rússia" a próxima etapa das negociações, enquanto a sua administração pressiona Moscovo para concordar com o cessar-fogo.

"Espero que possamos obter um cessar-fogo da Rússia", afirmou Trump numa longa conversa com os jornalistas durante uma reunião na Sala Oval com Micheál Martin, primeiro-ministro da Irlanda, acrescentando: "Se o fizermos, penso que isso representaria 80% do caminho para [terminar] este terrível banho de sangue".

Ao mesmo tempo, o Presidente norte-americano voltou a não descartar a imposição de novas sanções à Rússia.

"Podemos, mas espero que não seja necessário", advertiu.

O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, que liderou a delegação norte-americana na Arábia Saudita indicou que Washington vai procurar "múltiplos pontos de contacto" com Moscovo para averiguar se o Presidente russo, Vladimir Putin, está pronto para negociar o fim da guerra, que perdura há mais de três anos

No entanto, recusou dar detalhes ou identificar medidas podem ser tomadas caso encontre resistências do líder russo.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, comentou hoje que é importante não se antecipar à resposta ao cessar-fogo e que Moscovo aguarda "informações detalhadas" dos Estados Unidos.

Anteriormente, a Rússia indicara que se oporá a qualquer ideia que não seja o fim permanente do conflito e a concessões sobre os territórios que reivindica no país vizinho.

Os Estados Unidos esperam que a Rússia trave os seus ataques nos próximos dias como um primeiro passo, referiu Rubio numa paragem para reabastecimento em Shannon, na Irlanda, a caminho de uma reunião no Canadá do G7.

O enviado especial de Trump, Steve Witkoff, deverá viajar esta semana para Moscovo, onde poderá encontrar-se com Putin, de acordo com uma fonte citada pela AP, mas não autorizada a comentar o assunto publicamente, embora tenha alertado que os planos podem mudar.

Zelensky observou pelo seu lado que o cessar-fogo de 30 dias permitiria às partes "preparar totalmente um plano passo a passo para pôr fim à guerra, incluindo garantias de segurança para a Ucrânia".

A declaração conjunta, divulgada pelas delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia na terça-feira em Jeddah, destaca também a importância de se tomar, durante o cessar-fogo, medidas humanitárias como "a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de civis detidos e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força" para territórios sob controlo russo ou para a Federação Russa.

Ambas as delegações concordaram igualmente nomear as respetivas equipas de negociação para um processo de paz com a Rússia.

As partes comprometeram-se por outro lado a chegar "o mais depressa possível" a um acordo sobre "exploração conjunta dos recursos minerais ucranianos".

No documento assinala-se ainda que a Ucrânia pediu na reunião que a Europa seja incluída no processo de paz.

Leia Também: PE pede que UE seja parceiro principal de Kyiv face a ataques dos EUA

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