Num comunicado, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil realçou que o país lamentou a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de elevar para 25% as tarifas sobre importações de aço e de alumínio "e de cancelar todos os arranjos vigentes relativos a quotas de importação desses produtos".
"O Governo brasileiro considera injustificável e equivocada a imposição de barreiras unilaterais que afetam o comércio entre o Brasil e os Estados Unidos, principalmente pelo histórico de cooperação e integração económica entre os dois países", declarou.
Para o país sul-americano, tais medidas terão impacto significativo sobre as exportações brasileiras de aço e alumínio para os Estado Unidos, que, em 2024, totalizaram 3,2 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros).
As taxas de 25% impostas pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, ao aço e ao alumínio entraram hoje em vigor às 00h01 (04h01 em Lisboa), marcando uma nova etapa na guerra comercial entre os Estados Unidos e os principais parceiros comerciais.
O Brasil é atualmente o terceiro maior importador de carvão siderúrgico dos EUA (1,2 mil milhões de dólares ou 1,1 mil milhões de euros) e o maior exportador de aço semi-acabado para aquele país (2,2 mil milhões de dólares ou 2 mil milhões de euros).
"À luz do impacto efetivo das medidas sobre as exportações brasileiras, o Governo do Brasil buscará, em coordenação com o setor privado, defender os interesses dos produtores nacionais junto ao Governo dos Estados Unidos", apontou o ministério.
"Em reuniões já previstas para as próximas semanas, avaliará todas as possibilidades de ação no campo do comércio exterior, com vistas a contra-arrestar os efeitos nocivos das medidas norte-americanas, bem como defender os legítimos interesses nacionais, inclusive junto à Organização Mundial do Comércio", concluiu.
A União Europeia (UE) também reagiu hoje à medida e anunciou contramedidas, a partir de 01 de abril, às tarifas alfandegárias às importações de aço e alumínio imposta pelo Governo norte-americano.
"Como os Estados Unidos estão a aplicar tarifas no valor de 28 mil milhões de dólares [26 mil milhões de euros], estamos a responder com contramedidas no valor de 26 mil milhões de euros", disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em comunicado.
Os Estados Unidos importam cerca de metade do aço e do alumínio utilizados no país, para setores tão variados como as indústrias automóvel e aeronáutica, a petroquímica e os produtos de consumo básicos, como os enlatados.
Desde a entrada em funções, Donald Trump tem recorrido às tarifas, utilizando-as como instrumento de negociação com os parceiros comerciais dos Estados Unidos, como incentivo à instalação de empresas no país e como fonte de receitas para as finanças federais.
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