Violência causou fluxo "em massa" de vítimas aos hospitais na Síria

Os hospitais do oeste da Síria enfrentaram um "aumento em massa" de vítimas da vaga de violência que começou na região em 06 de março e fez centenas de mortos, afirmaram hoje os Médicos Sem Fronteiras (MSF).

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Lusa
12/03/2025 22:55 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Médicos Sem Fronteiras

"Os hospitais no oeste da Síria registaram um aumento em massa de pacientes com ferimentos de bala", segundo a organização em comunicado.

 

A Síria foi atingida por uma vaga de violência na semana passada nas províncias costeiras de Latakia e Tartus, onde a ONU e outras entidades registaram centenas de execuções sumárias por parte de forças governamentais contra civis, a maioria da minoria alauita, à qual pertencia a família do Presidente deposto, Bashar al-Assad.

A coordenadora do projeto MSF no noroeste da Síria, Itta Helland-Hansen, lamentou que os acontecimentos da semana passada tenham ocorrido numa altura em que as instalações da organização foram encerradas "da noite para o dia", devido aos cortes de financiamento na Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAid), implementados pela nova administração de Donald Trump.

A MSF descreveu que o Hospital Universitário de Latakia, o Hospital Nacional de Tartus, o Hospital Nacional de Baniyas e o Hospital Jisr al-Shugur receberam centenas de feridos, muitos deles com ferimentos graves causados ??pela onda de violência sectária.

Na unidade Jisr al-Shugur, que tratou 94 pessoas e recebeu 13 vítimas que não sobreviveram, as equipas da MSF trataram ferimentos de bala e estilhaços, e "muitos dos pacientes que chegaram ao hospital tinham ferimentos traumáticos no abdómen, braços e pernas".

Em Tartus, onde houve 122 internamentos e a organização já está a trabalhar para abrir uma nova unidade de emergência "para prestar apoio adicional, se necessário".

A violência no oeste e centro da Síria dos últimos dias causou a morte de pelo menos 1.383 civis, indicou hoje um novo balanço provisório divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

"O número de mortos ainda está a ser contabilizado", disse o OSDH, uma organização com sede em Londres que possui uma vasta rede de informadores na Síria e que tem reportado a guerra civil no país.

Os atos de violência opuseram as forças de segurança sírias a grupos fiéis a Assad e são os mais graves desde a chegada ao poder de uma coligação liderada pelo grupo radical islâmico sunita Organização paria a Luibertação do Levante (Hayat Tahrir al-Sham, HTS).

As tensões começaram em 06 de março numa aldeia de maioria alauita, ramo religioso xiita, da província de Latakia, na sequência da detenção de uma pessoa procurada pelas forças de segurança.

A situação degenerou rapidamente em confrontos quando homens armados alauitas, que as autoridades descreveram como leais a Assad, abriram fogo contra várias posições ocupadas pelas forças de segurança.

Segundo o OSDH, os civis, na grande maioria alauitas, foram mortos pelas "forças de segurança e grupos afiliados", principalmente nas províncias de Latakia e Tartus.

Numa tentativa de acalmar a situação, a presidência síria anunciou no domingo a formação de uma comissão de inquérito independente sobre "abusos contra civis", com o objetivo de identificar os responsáveis e levá-los à justiça.

O regime de Assad colapsou em 08 de dezembro de 2024, data em que a coligação rebelde liderada pela HTS tomou Damasco e o ex-Presidente sírio fugiu para a Rússia, colocando termo a quase 14 anos de uma devastadora guerra civil.

Leia Também: Síria. Mais de 1.380 civis mortos em confrontos nos últimos dias

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