China diz que EUA devem "estar gratos" pelo "controlo" sobre o fentanil

A China disse hoje que os Estados Unidos deviam "estar gratos" a Pequim pelo "controlo rigoroso" sobre fabrico, transporte, armazenamento, importação e exportação de fentanil e respetivos precursores químicos.

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© PATRICK T. FALLON/AFP via Getty Images

Lusa
12/03/2025 10:53 ‧ há 5 horas por Lusa

Mundo

Fentanil

"Os Estados Unidos consomem 80% dos opiáceos do mundo. Têm uma procura anormalmente elevada destas substâncias. Fizemos tudo o que podíamos e eles deviam estar gratos", afirmou um diplomata chinês, que pediu para não ser identificado, numa conferência de imprensa organizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático.

 

"No entanto, os EUA estão a politizar o assunto e a utilizar este pretexto para impor taxas e iniciar uma guerra comercial", acrescentou. "É difícil acreditar na boa vontade americana", afirmou.

Ao alegar que a China está "disposta a continuar a cooperar", mas sem aceitar chantagem, o diplomata pediu "respeito mútuo e igualdade" nas relações com o país asiático.

"A China adotou medidas rigorosas e a aplicação da lei em cooperação com as alfândegas, os serviços secretos e outros departamentos governamentais chineses. Impedimos rigorosamente a utilização, o contrabando, a produção e o tráfico da substância e dos seus precursores", afirmou outro funcionário do Ministério da Segurança Pública, comentando um livro branco que o Governo chinês divulgou na semana passada.

De acordo com o funcionário, a tecnologia foi melhorada para detetar a substância e, assim, controlar o tráfico desta droga através da monitorização de qualquer informação relacionada na Internet.

"A China opõe-se a que se aponte o dedo", acrescentou, sublinhando que o país tem "reforçado a cooperação internacional" neste domínio através de um "diálogo pragmático".

Outro responsável estrangeiro defendeu que as medidas adotadas pela China "são sérias" e que a implementação "exigiu a cooperação de diferentes departamentos governamentais".

Este responsável disse que a China tem tentado ajudar Washington a resolver o problema e tem "cooperado profundamente" com os EUA.

O Governo chinês afirmou ainda, no livro branco, que tem vindo a promover ativamente a construção de "um sistema de rastreabilidade", com base em novas tecnologias, para "monitorizar quaisquer ligações" com a produção, o transporte, a importação e a exportação destas drogas.

"Estamos a prevenir o tráfico de forma ainda mais eficaz, temos vindo a responder ativamente aos novos desafios colocados por estas substâncias", vincou Pequim. O texto indicou ainda que a China reforçou a supervisão com inspeções de rotina.

No entanto, o Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou que Pequim não está a fazer o suficiente para impedir a entrada de fentanil no país e afirmou que 90% das mortes por opiáceos nos Estados Unidos se devem a esta substância.

Washington afirma que o fentanil chega através do México e do Canadá, mas os precursores vêm da China.

Por esta razão, decidiu aumentar em 20%, a partir de 4 de março, as taxas alfandegárias adicionais impostas sobre bens oriundos do país asiático, ao que Pequim respondeu com taxas de 10% e 15% sobre os produtos agrícolas provenientes dos Estados Unidos.

Em fevereiro, a China já tinha imposto uma primeira série de taxas de 10% sobre outros produtos norte-americanos, além de ter introduzido novos controlos das exportações de minerais essenciais e de ter aberto um inquérito contra o gigante tecnológico norte-americano Google.

Leia Também: Dona de creche onde bebé morreu devido a fentanil condenada a 45 anos

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