Segundo as autoridades de segurança, citadas sob anonimato pela agência de notícias AP, mais de 300 reféns foram resgatados, mas alguns estão mortos, não tendo, no entanto, sido avançadas as identidades ou mais pormenores.
Os separatistas atacaram um comboio que transportava cerca de 450 pessoas na terça-feira, quando o Jaffar Express passava num túnel situado numa zona remota da província do Baluchistão, no sudoeste do país.
O Exército de Libertação do Baluchistão (ELB), que defende a separação da província em relação ao Paquistão, assumiu a responsabilidade, tendo o porta-voz, Jeeyand Baloch, anunciado que o grupo só libertaria os passageiros se as autoridades concordassem em libertar os militantes presos.
O Governo não divulgou qualquer resposta, mas, no passado, já tinha rejeitado exigências semelhantes.
O ELB ataca regularmente as forças de segurança paquistanesas e também já tinha atacado civis anteriormente, incluindo cidadãos chineses que trabalham em projetos multibilionários relacionados com o Corredor Económico China-Paquistão, um conjunto de estradas, ferrovias, oleodutos e centrais energéticas para promover o comércio internacional que une a cidade chinesa de Kashgar ao porto paquistanês de Gwadar.
O Paquistão alberga milhares de trabalhadores chineses na construção de grandes infraestruturas, incluindo portos e aeroportos no Baluchistão.
A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, afirmou que o seu país "continuará a apoiar firmemente o Paquistão no avanço dos seus esforços antiterroristas", tendo condenado o desvio do comboio e criticado o ELB.
As autoridades adiantaram que os passageiros resgatados estão a ser enviados para as suas cidades natais e os feridos estão a ser tratados em hospitais no distrito de Mach, enquanto alguns foram levados para Quetta, a capital da província, a cerca de 100 quilómetros de distância.
O Baluchistão, que faz fronteira com o Irão e o Afeganistão, é, há muito, palco de insurgência com os separatistas a exigirem maior autonomia em relação ao Governo em Islamabad e uma maior fatia dos recursos naturais da região.
Em novembro, os insurgentes do Baluchistão já tinha realizado um atentado suicida numa estação ferroviária em Quetta, matando 26 pessoas.
Rico em petróleo e minerais, o Baluchistão é a maior e menos populosa província do Paquistão, assumindo-se como ponto forte da minoria étnica Baloch do país, cujos membros dizem enfrentar discriminação e exploração por parte do Governo central.
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