William Villamizar, o governador de Norte de Santander, onde ocorreram muitos dos assassinatos, disse que outras 20 pessoas ficaram feridas na violência, que obrigou milhares de pessoas a fugir das suas casas.
Entre as vítimas mortais estão o líder comunitário Carmelo Guerrero e sete dirigentes que tentavam assinar um acordo de paz, de acordo com um relatório divulgado por uma agência governamental no sábado à noite.
As autoridades disseram que os ataques ocorreram em várias cidades localizadas na região de Catatumbo, perto da fronteira com a Venezuela, tendo sido raptadas, pelo menos, três pessoas que faziam parte das conversações de paz.
Milhares de pessoas fugiram da região, algumas escondendo-se em montanhas próximas ou procurando ajuda em abrigos governamentais.
As autoridades estão a preparar-se também para enviar 10 toneladas de alimentos e kits de higiene a aproximadamente cinco mil pessoas deslocadas nas comunidades de Ocaña e Tibú.
A violência aconteceu depois do Presidente da Colômbia anunciar, na sexta-feira, a suspensão das negociações de paz com a guerrilha do ELN, após um dia de violência, marcado pela morte de cerca de 30 pessoas na fronteira com a Venezuela.
"O que o ELN está a fazer na região de Catatumbo são crimes de guerra. É por isso que estamos a suspender o diálogo com este grupo, porque o ELN não demonstra vontade de fazer a paz", afirmou Gustavo Petro, na rede social X.
Desde quinta-feira que os rebeldes do ELN e os dissidentes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) lutam em Catatumbo, que alberga mais de 52 mil hectares de coca plantada, disse Villamizar, em declarações à estação local Blu Radio.
Os confrontos devem-se a "uma disputa territorial" entre o ELN e fações dissidentes das antigas guerrilhas das FARC pelo controlo da produção de cocaína na zona, disse Villamizar.
O acordo de paz de 2016 com o grupo guerrilheiro marxista FARC, então o grupo guerrilheiro mais poderoso da América Latina, ajudou a reduzir a violência na Colômbia durante algum tempo.
Mas o conflito interno voltou a intensificar-se nos últimos anos devido às operações dos grupos dissidentes das FARC, das guerrilhas 'guevaristas' do ELN e do cartel de drogas Clã do Golfo, entre outros grupos armados.
Gustavo Petro iniciou negociações com o ELN no final de 2022, depois de se ter tornado o primeiro Presidente de esquerda da Colômbia.
Na quinta-feira, o enviado especial das Nações Unidas para a Colômbia, Carlos Ruiz Massieu, condenou o assassínio na zona de Catatumbo de cinco ex-combatentes do extinto grupo guerrilheiro FARC, que depuseram as armas após o acordo de paz de 2016.
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