"A recuperação económica não foi possível durante o governo de al-Assad devido às sanções internacionais. Queremos trabalhar com os nossos parceiros [da UE] para levantar estas sanções e apoiar o povo sírio (...). Quando regressar à Noruega, faremos tudo o que for possível, e rapidamente, para levantar estas sanções", afirmou Espen Barth Eide, numa conferência de imprensa com o homólogo sírio no governo provisório, Asaad al Shaibani.
O diplomata afirmou que é "uma questão de tempo" até que a embaixada na capital síria seja reaberta, mas lembrou que existe uma equipa do seu país em Beirute dedicada à Síria.
"Todos temos de cooperar para alcançar a paz e o crescimento - esta é uma oportunidade única, não a deixem passar! Este é um conselho de um amante da Síria", exclamou.
Al Shaibani afirmou que "os desafios mais importantes que o povo sírio enfrenta, atualmente, são as sanções impostas à Síria, que começaram a afetar os cidadãos comuns e a sobrecarregar a sua vida quotidiana".
"Aguardamos com otimismo a reunião da UE no final deste mês para levantar as sanções contra a Síria", afirmou.
Há dois dias, a Comissária Europeia para a Preparação e Gestão de Crises, Hadja Lahbib, anunciou um pacote de ajuda de 235 milhões de euros à Síria e apelou para que as novas autoridades sírias "atuem" em prol de um processo político inclusivo no país.
Lahbib afirmou que as sanções europeias impostas à Síria pelo regime de Bashar al-Assad, derrubado em 08 de dezembro, "não afetam a ajuda humanitária".
A comunidade internacional prometeu apoio, especialmente para atender às necessidades humanitárias básicas da Síria, embora vincule o levantamento das sanções ao progresso do processo político e insista que ele seja inclusivo e não exclua nenhum dos componentes políticos, étnicos e confessionais daquele país árabe.
Desde 08 de dezembro, a Síria vive um novo ciclo histórico, após os rebeldes, liderados pela Organização para a Libertação do Levante (Hayat Tahrir Al-Sham HTS) e por al-Charaa, terem expulsado o regime de Bashar al-Assad e assumido o poder.
Devastada pela guerra civil desde 2011, calcula-se que a economia síria tenha recuado 85% desde então, tendo pela frente custos de reconstrução estimados entre 250 mil e 400 mil milhões de milhões de dólares.
Cerca de 90% da população vive abaixo da linha de pobreza.
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