A Organização Internacional para as Migrações (OIM) declarou que as suas equipas no terreno tinham "supervisionado o regresso de cerca de 55.466 pessoas deslocadas ao Estado de Sennar" entre 18 de dezembro e 10 de janeiro.
Em novembro, o exército sudanês, que combate as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) desde abril de 2023, declarou ter recuperado o controlo de Sinja, a capital do Estado de Sennar, uma localização chave entre o centro e o leste do país.
As RSF controlavam a cidade desde o final de junho, após um assalto que obrigou à fuga de cerca de 726.000 pessoas, muitas delas deslocadas de outros Estados, segundo a OIM.
Hoje, a OIM declarou que cerca de 309.800 pessoas tinham sido deslocadas de várias localidades de Sennar, onde vivem dois milhões de habitantes, na sequência dos confrontos de junho e julho.
Mais de metade das pessoas que regressaram a Sennar encontraram refúgio no estado vizinho de Gedaref e as restantes nos estados vizinhos de Kassala, Nilo Azul, Mar Vermelho e Nilo Branco, acrescentou a agência de migração.
No entanto, a OIM afirmou que alguns repatriados "podem não ter regressado aos seus locais de origem e (podem) continuar deslocados em Sennar".
A guerra no Sudão causou já dezenas de milhares de mortos, desalojou mais de 12 milhões de pessoas e levou muitas delas à beira da fome, naquilo que a ONU descreve como uma das piores catástrofes humanitárias da história recente.
Ambas as partes foram acusadas de crimes de guerra, incluindo o ataque a infraestruturas civis e o bombardeamento indiscriminado de casas, mercados e hospitais.
As RSF foram especificamente acusadas de atrocidades, incluindo execuções sumárias, violência sexual sistemática e pilhagem generalizada de bens civis.
Entretanto, na quinta-feira, o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou o chefe do exército, Abdel Fattah al-Burhane, acusando o exército de atacar escolas, mercados e hospitais, bem como de utilizar a privação de alimentos como arma de guerra.
Estas sanções surgem uma semana depois das impostas pelos Estados Unidos contra o comandante da RSF, Mohamed Hamdan Daglo, acusando os paramilitares de genocídio.
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