O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, vê o acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza alcançado esta quarta-feira como "uma grande oportunidade" para o novo chefe de Estado, Donald Trump, dar um "futuro melhor ao Médio Oriente".
"Espero que a aproveitem. Tivemos muitos dias difíceis desde que o Hamas começou esta guerra. Não desistimos e agora, depois de mais de 400 dias de combates, chegou o dia do sucesso", afirmou Joe Biden.
Durante a declaração aos jornalistas, Biden sublinhou que o acordo foi negociado pela administração que lidera e quando foi questionado sobre "quem merece os créditos", Biden ou Trump, o ainda chefe de Estado dos Estados Unidos respondeu apenas: "Isso é uma piada?".
No entanto, o presidente cessante revelou que a sua administração e a equipa do presidente eleito "dialogaram como uma equipa" durante as negociações.
"Eu sabia que este acordo teria de ser implementado pela próxima equipa, por isso disse à minha equipa para se coordenar estreitamente com a nova equipa para garantir que todos falávamos a uma só voz", afirmou Biden, a partir da Casa Branca, ladeado pela vice-Presidente Kamala Harris e pelo secretário de Estado Antony Blinken.
Antes dos recados a Donald Trump, Biden explicou as três fases deste acordo, esclarecendo que, para já, os combates vão terminar e, em breve, os reféns regressarão às famílias.
"O acordo foi apoiado, de uma forma geral, pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. A primeira fase vai durar seis semanas e inclui um cessar-fogo total. Há americanos nesta fase de libertação", começou por dizer o presidente dos Estados Unidos.
Nestas próximas seis semanas, Israel "vai negociar os requisitos" para chegar à segunda fase, "que é chegar a um fim permanente da guerra".
"Há detalhes a negociar, mas o plano diz que se as negociações durarem mais do que seis semanas o cessar-fogo continuará enquanto durarem essas negociações. Quando começar a segunda fase vai haver uma troca para a libertação dos restantes reféns, incluindo soldados, e todas as forças de Israel irão sair de Gaza, com o cessar-fogo temporário a passar a permanente", referiu.
Por fim, na terceira e última fase, todos os reféns que foram mortos vão ser devolvidos às famílias e "começará um grande plano da reconstrução de Gaza".
"Aqueles que acompanharam as negociações podem confirmar que não foi fácil chegar aqui, foi uma das negociações mais duras que vivi", admitiu Joe Biden.
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