Num momento em que o país vive um ambiente de grande tensão, a maior coligação da oposição reivindica o triunfo do seu candidato, Edmundo González Urrutia, considerando que as eleições presidenciais de 28 de julho foram fraudulentas.
O 'chavismo', associado ao antigo presidente Hugo Chávez (de 1999 a 2013), instalou plataformas em várias avenidas de Caracas para reunir os seus militantes, que respondem ao apelo em defesa de Maduro, que também contará sexta-feira com os cerca de 1.200 delegados de 100 países que participarão, ainda hoje, no "Grande Congresso Internacional Antifascista", indicaram fontes oficiais locais.
Entre terça e quarta-feira foi montado um acampamento que reuniu 10.500 pescadores, agricultores e comunitários que vieram de todo o país, também em apoio ao Presidente, para participar na investidura, indicou hoje à Venezolana de Televisión o ministro da Agricultura e Terras venezuelano, Menry Fernández.
A convocação da 'marcha chavista' foi anunciada um dia depois de a líder da oposição, María Corina Machado, ter apelado a que "todos" saíssem hoje às ruas da Venezuela e do mundo, para exigir o que afirma ser a vitória do 'anti-chavismo' nas eleições presidenciais, através de Edmundo González Urrutia, atualmente exilado em Espanha, que prometeu regressar ao país apesar do mandado de prisão.
Para sexta-feira, o 'chavismo' também convocou uma série de marchas e outras atividades para "encher" uma dezena de avenidas em Caracas e nos estados de Zulia, Táchira, Apure e Amazonas, todos fronteiriços com a Colômbia, bem como na região insular de Nova Esparta.
No dia marcado para a posse presidencial, Maduro - proclamado Presidente reeleito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo 'chavismo' - estará acompanhado de todo o Poder Judiciário e das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas, confirmaram a presidente do Supremo Tribunal de Justiça, Caryslia Rodríguez, e o ministro da Defesa, Vladimir Padrino López.
Enquanto isso, a oposição também se concentra em vários pontos de Caracas após o apelo de Corina Machado, que pretende sair da clandestinidade em que afirma estar e reaparecer para acompanhar a multidão após ter aparecido pela última vez em público a 28 de agosto.
Caracas continua com um forte contingente militar e policial, que tem aumentado nos últimos dias, bem como com numerosos controlos nas entradas da capital.
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