"Este ataque é parte integrante das operações de combate das unidades das Forças de Defesa ucranianas, que estão a realizar operações de combate no território da Federação Russa", afirmou o Estado-Maior ucraniano na rede social Telegram, sem esclarecer se foram utilizados mísseis de longo alcance ATACMS, de fabrico norte-americano.
A Rússia considera que os ataques ao seu território efetuados com mísseis ocidentais constituem uma linha vermelha e promete uma "resposta", ameaçando atacar a capital ucraniana como retaliação.
De acordo com o exército ucraniano, as suas tropas repeliram 94 ataques nesta região nas últimas 24 horas.
O exército russo já tinha anunciado no domingo passado uma nova ofensiva ucraniana na região de Kursk, onde os militares ucranianos controlam várias centenas de quilómetros quadrados desde agosto de 2024.
Na segunda-feira à noite, o Presidente Volodymyr Zelensky reiterou, no seu discurso diário, a "importância" de proteger o exército russo na região de Kursk, de modo a impedir que este posicione todas as suas forças nas frentes oriental e meridional.
"Estamos a manter uma zona tampão no território russo, destruindo ativamente o potencial militar russo", afirmou.
As autoridades russas anunciaram que, desde segunda-feira, as forças ucranianas em Kursk sofreram cerca de 325 baixas e feridos.
O Ministério da Defesa russo afirma também que a Ucrânia sofreu cerca de 50.000 baixas em Kursk desde o início da incursão.
A guerra na Ucrânia foi desencadeada em fevereiro de 2022 pela invasão russa, comandada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho, que tem vindo a afastar-se da esfera de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
Desconhece-se o número de vítimas civis e militares em quase três anos de combates, mas diversas fontes, incluindo a Organização das Nações Unidas, têm admitido que será elevado.
Apesar das pesadas baixas, a Rússia continua a lançar dezenas de ataques diários simultâneos em várias frentes no leste da Ucrânia, com os ataques mais intensos a ocorrerem em Kurakhovsk e Pokrovsk.
O Exército ucraniano, com poucos efetivos, tem estado sob forte pressão na linha da frente, especialmente nas zonas orientais.
As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.
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