A China tem registado, nas últimas semanas, um aumento de infeções por um vírus respiratório chamado HMPV (metapneumovírus humano), que pode causar infeções nas vias aéreas e levou à sobrelotação de hospitais e adoção de medidas de contenção.
Este inverno foi registado um pico de casos, sobretudo entre crianças, nas províncias do norte do país.
Nas redes sociais têm circulado fotografias e vídeos de pessoas a usar máscaras em hospitais lotados na China.
As autoridades locais puseram em prática as habituais medidas de higiene para conter e controlar a propagação do HMPV. No entanto, Pequim desvalorizou, considerando que é uma ocorrência normal de inverno.
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— SARS‑CoV‑2 (COVID-19) (@COVID19_disease) January 1, 2025
China 🇨🇳 Declares State of Emergency as Epidemic Overwhelms Hospitals and Crematoriums.
Multiple viruses, including Influenza A, HMPV, Mycoplasma pneumoniae, and COVID-19, are spreading rapidly across China. pic.twitter.com/GRV3XYgrYX
"As infeções respiratórias tendem a atingir o seu pico durante o inverno. Os casos de doença parecem ser menos graves e propagam-se em menor escala do que no ano anterior", explicou, na sexta-feira, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, citado pelo jornal britânico The Independent.
O surto surge cinco anos depois de o mundo ter sido alertado, pela primeira vez, para o aparecimento do surto de um novo coronavírus em Wuhan, na China, que mais tarde se transformou numa pandemia global com cerca de sete milhões de mortes registadas.
HMPV: o que é, como se propaga e quais são os sintomas?
O metapneumovírus humano é um vírus respiratório que provoca sintomas semelhantes aos de uma constipação ou gripe. Embora a maioria dos casos sejam ligeiros, a doença pode levar a complicações graves como pneumonias, sobretudo em bebés, idosos e pessoas com sistemas imunitários fracos.
O vírus não é novo, mas ganhou destaque nos últimos dias devido ao aumento do número de casos no norte da China, principalmente em crianças menores de 14 anos.
O HMPV foi identificado pela primeira vez em 2001. Propaga-se através de gotículas respiratórias ou contacto com superfícies contaminadas.
Os sintomas incluem tosse, febre, congestão nasal e fadiga, com um período de incubação entre três a seis dias.
Ao contrário da Covid-19, este vírus ainda não tem vacina nem nenhum tratamento específico. O tratamento é feito controlando os sintomas.
A Administração Nacional de Controlo e Prevenção de Doenças da China já reconheceu o aumento do vírus durante o inverno. No entanto, a Organização Mundial de Saúde (OMS) não classificou a atual situação como emergência sanitária mundial e reforçou apenas os sistemas de controlo.
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