Segundo a agência de notícias pública sul-coreana Yonhap, as equipas de emergências conseguiram resgatar dois sobreviventes, um tripulante e um passageiro, do avião que tinha 181 pessoas a bordo.
O número oficial de mortos é de 120, enquanto os bombeiros continuam a trabalhar na zona e a verificar o estado das vítimas, embora já tenham notado que a maioria estaria "presumivelmente morta" e que o número oficial deverá aumentar drasticamente nas próximas horas.
O anterior balanço provisório daquele que é já um dos piores desastres aéreos na história da Coreia do Sul apontava para pelo menos 85 mortos.
BREAKING: Video shows crash of Jeju Air Flight 2216 in South Korea. 181 people on board pic.twitter.com/9rQUC0Yxt8
— BNO News (@BNONews) December 29, 2024
Tripulantes tiveram "poucas hipóteses de sobreviver"
O avião ficou "quase completamente destruído" e os passageiros e tripulantes tiveram "poucas hipóteses de sobreviver", disseram os bombeiros.
"Os passageiros foram ejetados do avião quando este colidiu com uma barreira, deixando-os com poucas hipóteses de sobrevivência", disse um bombeiro local, durante uma reunião com familiares das vítimas.
"O avião está quase totalmente destruído e a identificação dos falecidos está a ser difícil", acrescentou.
O avião, com 175 passageiros e seis membros da tripulação a bordo, despenhou-se por volta das 09h07 (00h07 em Lisboa) ao aterrar no aeroporto da cidade de Muan, no sul da Coreia do Sul, a cerca de 290 quilómetros da capital, Seul.
De acordo com a polícia e bombeiros, o avião, um Boeing 737-8AS vindo da capital da Tailândia, Banguecoque, colidiu com uma vedação de betão e incendiou-se.
Avaria causada por colisão com um pássaro
As autoridades aeroportuárias disseram que o avião estava a tentar uma aterragem forçada, após uma primeira tentativa de aterragem ter falhado, devido a uma avaria do trem de aterragem, possivelmente causada pela colisão com um pássaro.
No entanto, o avião não terá conseguido reduzir a velocidade até chegar ao fim da pista, o que provocou a colisão com a vedação e o incêndio.
O chefe do corpo de bombeiros de Muan disse que a queda se deveu provavelmente a uma colisão com aves, combinada com condições meteorológicas adversas.
"No entanto, a causa exata será anunciada após uma investigação conjunta", disse Lee Jeong-hyun, numa conferência de imprensa.
O presidente em exercício do país, Choi Sang-mok, ordenou que fossem feitos todos os esforços possíveis nas operações de resgate após o acidente e a polícia também mobilizou unidades para a área.
Todos os voos cancelados em Muan
Todos os voos domésticos e internacionais de e para o aeroporto internacional de Muan foram cancelados após o acidente.
As autoridades confirmaram que viajavam no avião dois passageiros tailandeses, sendo os restantes sul-coreanos.
A primeira-ministra da Tailândia expressou profundas condolências às famílias das pessoas afetadas pelo acidente através de uma publicação na rede social X.
Paetongtarn Shinawatra disse ter ordenado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros que prestasse assistência imediata aos tailandeses envolvidos no acidente.
Já o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Tailândia confirmou em comunicado a presença de dois cidadãos no avião e disse que o país está em contacto com Seul.
Nikorndej Balankura instou os familiares destes dois cidadãos a telefonar para a embaixada tailandesa em Seul para receber mais informações.
Este é já um dos desastres mais mortíferos da história da aviação da Coreia do Sul.
A última vez que o país sofreu um desastre aéreo de grande escala foi em 1997, quando um avião da companhia aérea sul-coreana Korean Airline se despenhou no território norte-americano de Guam, matando as 228 pessoas a bordo.
[Notícia atualizada às 06h52]
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