Lukashenko perdoa 20 dissidentes, mas ativistas alertam para repressão

O Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, perdoou mais de 20 prisioneiros políticos, segundo um comunicado oficial hoje divulgado, mas ativistas dos direitos humanos referem que a repressão continua um mês antes das eleições presidenciais no país.

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Lusa
28/12/2024 20:31 ‧ há 17 horas por Lusa

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Bielorrússia

As autoridades bielorrussas não divulgaram os nomes dos libertados, mas o comunicado publicado no 'site' do Presidente refere que os presos tinham sido condenados por "crimes de natureza extremista".

 

O comunicado indica que o grupo incluía 11 mulheres e que 14 dos libertados sofriam de doenças crónicas.

"Todos os libertados se arrependem das suas ações e pediram ao chefe de Estado para serem perdoados", de acordo com o comunicado presidencial, que adotou um discurso semelhante ao utilizado numa série de perdões coletivos ao longo dos últimos seis meses.

O anúncio de hoje é o oitavo perdão de Lukashenko desde o verão, tendo já sido libertados 207 prisioneiros políticos, de acordo com o mais antigo e representativo grupo de direitos humanos da Bielorrússia, Viasna.

A maioria dos prisioneiros políticos foi presa depois de protestos antigovernamentais em 2020, quando Lukashenko assegurou o seu sexto mandato, numa votação amplamente considerada fraudulenta.

De acordo com a Viasna, mais de 1.250 prisioneiros políticos permanecem presos, e nenhumas figuras proeminentes da oposição, sobre muitas das quais não há notícias há meses, foram libertadas.

Algumas destas pessoas incluem o vencedor do Prémio Nobel da Paz e fundador da Viasna Ales Bialiatski, Siarhei Tsikhanouski, marido da exilada Sviatlana Tsikhanouskaya que planeou desafiar Lukashenko nas urnas em 2020 mas foi preso antes das eleições, e Viktar Babaryka, que também foi preso após ganhar popularidade antes das eleições.

Os perdões em massa acontecem durante uma nova onda de repressão, de acordo com o ativista da Viasna Pavel Sapelka, à medida que Minsk se prepara para novas eleições presidenciais em janeiro de 2025, que provavelmente darão a Lukashenko um sétimo mandato à frente do país.

"Lukashenko está a enviar sinais contraditórios [ao Ocidente], perdoando alguns mas prendendo o dobro de prisioneiros políticos no seu lugar", denunciou Pavel Sapelka.

O ativista observa que a "repressão está a intensificar-se" e "as autoridades estão a tentar dispersar quaisquer sinais de dissidência antes das eleições de janeiro".

As autoridades bielorrussas criaram condições duras para os prisioneiros políticos, negando-lhes encontros com advogados e familiares e cortando-lhes cuidados médicos.

Pelo menos sete prisioneiros políticos morreram por detrás das grades desde 2020, de acordo com a Viasna.

Alexander Lukashenko, que lidera a Bielorrússia há mais de 30 anos, é um dos aliados mais próximos do Presidente russo, Vladimir Putin, permitindo à Rússia usar o seu território para diversas manobras, como foi o caso do envio de tropas para a Ucrânia em fevereiro de 2022, dando início à invasão russa do país vizinho, ou do deslocamento de algumas armas nucleares táticas russas para solo bielorrusso.

Leia Também: Lukashenko vai reunir-se com Putin "dentro de dias" e fará visita à China

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