"O número de vítimas cujos corpos foram recuperados até à data é de 28 (...). As buscas prosseguem, com equipas conjuntas das forças de segurança, da comunidade local, do gabinete do primeiro-ministro e da Cruz Vermelha a trabalharem incansavelmente para localizar mais corpos", afirmou a polícia na rede social X, noticiaram hoje os meios de comunicação locais.
A polícia adiantou que entre as últimas seis vítimas encontradas estavam quatro crianças: uma de um ano e meio, duas de três anos e uma de cinco.
"Os nossos pensamentos estão com as famílias e os entes queridos das vítimas", acrescentaram as forças de segurança.
De acordo com a Cruz Vermelha do Uganda, no sábado, um total de 750 pessoas tiveram de abandonar as suas casas devido a derrocadas e 22 ficaram feridas, tendo sido levadas para o hospital.
O deslizamento de terras afetou as aldeias de Masugu, Namachele, Natola, Nmagugu e Tagalu, localizadas numa zona próxima da fronteira com o Quénia, embora a polícia tenha dito que os últimos mortos eram residentes da primeira destas aldeias.
Em imagens partilhadas pela Cruz Vermelha e pelas autoridades ugandesas nas redes sociais, é possível ver uma enorme torrente de água com um veículo preso, bem como equipas de salvamento a trabalhar na zona onde ocorreu o deslizamento de terras, onde as árvores foram arrancadas, as casas foram arrastadas e grandes quantidades de lama dificultam a circulação.
Do outro lado da fronteira do Uganda com o Quénia, os condados quenianos ocidentais de Kisumu e Busia foram também atingidos na semana passada por fortes inundações causadas por chuvas torrenciais, que causaram a morte a pelo menos 12 pessoas e obrigaram 3.970 famílias a abandonar as suas casas, confirmou hoje o governo queniano.
A África Oriental já foi atingida por fortes chuvas no primeiro semestre de 2024, durante a longa estação chuvosa, que ocorre habitualmente entre março a maio, e que este ano foi agravada pelo fenómeno El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica provocada pelo aumento da temperatura do Oceano Pacífico.
Em maio, a ONU informou que, pelo menos 473 pessoas tinham morrido, 410.350 estavam deslocadas e 1,6 milhões afetadas pelas chuvas torrenciais e inundações, que atingiram, além do Quénia e do Uganda, outros países da África Oriental como a Tanzânia, a Somália, a Etiópia e o Burundi.
A 29 de novembro, segundo um balanço provisório publicado pela Cruz Vermelha, havia 20 mortes resultantes dos deslizamentos de terras no Uganda.
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