Um grupo de burlões fez-se passar por Charlie Myatt, fundador da agência britânica 13 Artists e agente da banda de rock Arctic Monkeys, para marcar concertos para uma falsa digressão mundial do grupo, chamada Arctic Monkeys - Midnight Mirage World Tour 2025.
Numa entrevista à revista de música IQ, os responsáveis da 13 Artists revelaram que tiveram um "dilúvio" de e-mails fraudulentos nos últimos dias, enviados do falso endereço [email protected]. Nesses e-mails, o remetente pede aos destinatários que respondam para outro endereço falso, com referência ao nome do agente: [email protected].
Segundo a agência, os burlões até criaram um site falso da agência sediada em Brighton, no Reino Unido, bastante semelhante ao original, mas com números de telefone falsos, que não pertencem a nenhum elemento da 13 Artists.
Perante estes casos de burla, a Associação de Agentes de Entretenimento do Reino Unido emitiu uma lista de passos a seguir para que os promotores possam confirmar a veracidade das mensagens de correio eletrónico, em caso de suspeita de fraude. Um dos conselhos é telefonarem às próprias agências, para afastarem dúvidas, verificarem se o site dos artistas contém datas de digressão contraditórias e contactar os agentes por telefone.
"Antes de enviarem o dinheiro, liguem para a agência a confirmar a reserva e verifiquem os detalhes da conta. Verifiquem com os promotores de outros mercados se o artista está em digressão nessa região, nessa altura. Se uma oferta for aceite e parecer demasiado boa para ser verdade, provavelmente é", aconselhou a Associação de Agentes de Entretenimento do Reino Unido.
Maioria dos casos de burla de bilhetes começam nas redes sociais
Em novembro, também os fãs dos Oasis foram vítimas de fraude, no Reino Unido, na compra de bilhetes para a próxima digressão que assinala o regresso da banda de rock britânica. Os lesados perderam, em média, 346 libras (416 euros) cada um.
Depois deste caso, o banco britânico Lloyds Bank revelou, em dados citados pelo The Guardian, que 90% dos casos de burla com bilhetes começam com anúncios falsos nas redes sociais e a maioria das pessoas enganadas têm idades compreendidas entre os 35 e os 44 anos, representando 31% de todos os casos.
O Facebook e o Facebook Marketplace são as plataformas mais usadas para vender bilhetes falsos.
"Uma simples pesquisa no Facebook revela que foram criados inúmeros grupos não oficiais, muitos deles com dezenas de milhares de membros, dedicados à compra e venda de bilhetes para a digressão dos Oasis", afirmou um porta-voz do Lloyds Bank ao mesmo jornal britânico.
O banco referiu também que o valor gasto em bilhetes para concertos no Reino Unido "disparou" recentemente, com os fãs a gastarem, em média, 563 libras (677 euros) com cartões de débito em sites de vendas de ingressos.
Leia Também: Aumentam perfis falsos de membros da Igreja. Saiba como identificar