Grupo Atos negoceia com Estado francês cessão de segmentos estratégicos

O grupo informático Atos, em plena reestruturação financeira, anunciou esta segunda-feira que entrou em negociações exclusivas com o Estado francês, para lhe ceder as atividades estratégicas do seu segmento 'Advanced Computing', que inclui os supercalculadores utilizados para a dissuasão nuclear.

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© Stephane Mahe/Reuters

Lusa
26/11/2024 00:00 ‧ há 2 horas por Lusa

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A operação em negociação, que também envolve os servidores que participam nas atividades da inteligência artificial, incide sobre a totalidade do segmento e avalia a empresa entre 500 e 625 milhões de euros, detalhou em comunicado.

 

A oferta do Estado francês prevê que as discussões decorram até 31 de maio de 2025.

O 'Advanced Computing', que agrega cerca de 2.500 trabalhadores, gerou um volume de negócios de 570 milhões de euros em 2023.

"A abertura das discussões exclusivas entre o Estado e a Atos constitui uma primeira etapa crucial, não apenas para a recuperação e a reestruturação do grupo, mas também para a segurança da atividade estratégica dos supercalculadores", avançou, por seu lado, o ministro das Economia, Antoine Armand, em comunicado separado.

No início de novembro, a Atos já tinha anunciado a emissão de uma ação de preferência em proveito do Estado, concedendo-lhe direitos particulares ao nível da Bull SA, a filial que constrói os supercalculadores utilizados parta simular os ensaios de dissuasão nuclear.

Em caso de conclusão positiva das negociações, anunciadas hoje, está previsto que o grupo informático receba um primeiro pagamento de 150 milhões de euros com a assinatura do acordo e que seja realizado um processo de "cessão organizada" das atividades 'Cybersecurity Products et Mission Critical Systems'.

Estas, que registaram uma faturação de cerca de 340 milhões de euros em 2023, incluem o sistema de comando do Scorpion (programa de modernização do Exército), instrumentos de navegação para as forças navais e a marinha mercante e cartografia em tempo real para os militares.

A Atos, em crise desde há anos, recebeu um balão de oxigénio no final de outubro, com a validação pelo tribunal do comércio do seu plano de salvaguarda acelerada.

Aprovado em setembro pelos credores e acionistas, o plano prevê uma redução da dívida de cinco mil milhões de dólares em cerca de três mil milhões, um aumento de capital e uma redução "massiva" dos acionistas.

Leia Também: Julgamento do caso Pelicot "marcará um antes e um depois"

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