Famílias de reféns em Gaza pedem que trégua no Líbano inclua libertação

Os familiares dos reféns ainda detidos na Faixa de Gaza apelaram hoje para que qualquer acordo com o movimento xiita libanês Hezbollah inclua "um pedido explícito" de libertação dos prisioneiros.

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© Getty Images/AHMAD GHARABLI

Lusa
25/11/2024 21:11 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"O ataque de 07 de outubro, orquestrado pelo Hamas e apoiado pelo Irão, trouxe o Hezbollah para o conflito, ligando o seu destino à guerra em Gaza", lê-se num comunicado emitido hoje pelo Fórum das Famílias dos Reféns, que representa a maioria dos 97 reféns ainda em Gaza, mais de 50 dos quais já morreram.

 

"Os esforços atuais para chegar a um acordo que ponha fim à guerra na frente norte constituem uma oportunidade vital para trazer todos os reféns para casa. A frente norte e a libertação dos reféns estão indissociavelmente ligadas: não podemos e não devemos tratá-las como questões separadas", insistiu a organização no documento.

O Líbano e Israel negoceiam há várias semanas um eventual cessar-fogo, na sequência de uma escalada no final de setembro de bombardeamentos israelitas que prosseguem desde então e de uma invasão terrestre do sul do Líbano iniciada em 01 de outubro.

Segundo uma fonte israelita próxima do processo, as negociações estão "mais perto do que nunca" de chegar a um acordo de cessar-fogo no Líbano, após o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, ter, "em princípio", aceitado a proposta dos Estados Unidos, informou a agência noticiosa espanhola EFE.

"Foram feitos progressos muito significativos", disse a mesma fonte, referindo-se à proposta apresentada a ambas as partes na semana passada pelo enviado especial norte-americano, Amos Hochstein, durante uma deslocação à região.

Netanyahu reuniu-se no domingo à noite com alguns ministros e responsáveis pela segurança para discutir a proposta do enviado da administração do Presidente norte-americano, Joe Biden, na qual concordou em aceitar o projeto "em princípio", embora com "algumas reservas".

A fonte explicou à EFE que tais reservas têm a ver com a "liberdade de ação" sobre o espaço aéreo libanês exigida por Israel no caso de o Hezbollah violar os termos do cessar-fogo e as tropas libanesas - que controlariam a fronteira - não agirem, algo que o Líbano e o grupo xiita rejeitam categoricamente.

A proposta inclui três fases: uma trégua seguida da retirada das forças do Hezbollah a norte do rio Litani, uma retirada completa das tropas israelitas do sul do Líbano e negociações entre Israel e o Líbano sobre a demarcação da sua fronteira, que é atualmente uma linha estabelecida pela ONU após a guerra de 2006.

O Hezbollah começou a atacar Israel a 08 de outubro de 2023, um dia depois do ataque do Hamas ao sul de Israel, que causou 1.200 mortos, na maioria civis, e levou perto de 250 reféns, dando início a mais de um ano de combates.

A escalada do conflito concretizou-se em setembro, com ataques aéreos israelitas no Líbano e, mais tarde, com uma incursão terrestre de Telavive no sul do Líbano.

Em mais de um ano de violência, mais de 3.500 pessoas foram mortas e mais de 15 mil ficaram feridas no Líbano, a maioria desde setembro, segundo as autoridades de Beirute, que indicam também acima de 1,2 milhões de deslocados pelo conflito.

Leia Também: Portugal quer "manter o diálogo com as duas partes" no Médio Oriente

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