Chefe da Defesa dos EUA lamenta nega do homólogo chinês a reunião

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, lamentou hoje que o homólogo chinês tenha optado por não dialogar com ele durante as reuniões entre chefes da Defesa do sudeste asiático no Laos.

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© JULIA NIKHINSON/AFP via Getty Images

Lusa
21/11/2024 08:53 ‧ há 2 semanas por Lusa

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A Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) está a realizar conversações sobre segurança em Vienciana, numa altura em que enfrentam disputas marítimas com a China e a dois meses da transição de poder nos EUA.

 

A decisão do ministro chinês da Defesa, Dong Jun, "é um revés para toda a região", disse Austin, após o primeiro dia de encontros.

"É lamentável. Afeta a região porque a região quer realmente que nós, dois atores importantes, duas potências importantes, falemos um com o outro, e isso tranquiliza todos", afirmou.

A China não fez qualquer comentário imediato sobre a decisão de não reunir com Austin.

O responsável pelo Pentágono chegou ao Laos após reuniões na Austrália com funcionários do país e com o ministro da Defesa do Japão.

Os dirigentes comprometeram-se a apoiar a ASEAN e expressaram "séria preocupação com as ações desestabilizadoras nos mares do Leste e do Sul da China, incluindo a conduta perigosa da República Popular da China contra embarcações das Filipinas e de outros Estados costeiros", segundo um comunicado.

Para além dos Estados Unidos e da China, também o Japão, a Coreia do Sul, a Índia e a Austrália são outros países de fora do sudeste asiático que estão a participar nas reuniões de dois dias da ASEAN.

As Filipinas, o Vietname, a Malásia e o Brunei, membros da ASEAN, têm reivindicações territoriais sobrepostas com a China no mar do Sul da China, cuja soberania Pequim reivindica quase na totalidade.

A Indonésia, a Tailândia, Singapura, Myanmar (antiga Birmânia), o Camboja e o Laos são os outros membros da ASEAN.

À medida que a China se tornou mais assertiva na defesa das suas reivindicações territoriais nos últimos anos, os membros da ASEAN e Pequim têm vindo a negociar um código de conduta para reger o comportamento no mar, mas o progresso tem sido lento.

As autoridades concordaram em tentar concluir o código até 2026, mas as conversações têm sido dificultadas por desacordos sobre se o pacto deve ser vinculativo.

O Presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos Jr., que apelou a uma maior urgência nas negociações do código de conduta, queixou-se numa reunião de líderes da ASEAN, em outubro, que o país "continua a ser alvo de assédio e intimidação" pela China, que, segundo ele, violam o direito internacional.

Em outubro, o Vietname acusou as forças chinesas de terem agredido pescadores vietnamitas em zonas disputadas no mar do Sul da China. A China também enviou navios de patrulha para áreas que a Indonésia e a Malásia reivindicam como parte das suas zonas económicas exclusivas.

Não é claro como a próxima administração do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, abordará a situação do mar do Sul da China.

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