Fábrica da Indorama em Sines fecha e deixa desempregados 60 trabalhadores

A fábrica do setor químico Indorama Ventures, no Complexo Industrial de Sines, distrito de Setúbal, vai encerrar no final deste mês, após um ano em 'layoff', deixando 60 trabalhadores sem trabalho, revelou hoje fonte sindical.

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© Brent Lewin/Bloomberg via Getty Images

Lusa
20/03/2025 19:49 ‧ ontem por Lusa

Economia

Sines

Em declarações à agência Lusa, Hélder Guerreiro, do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul (SITE-Sul), revelou que, "há cerca de uma semana", os trabalhadores "receberam um documento a dizer que a fábrica iria encerrar a 31 de março".

 

O dirigente sindical disse que este é o desfecho "há muito antecipado" pelo SITE-SUL.

Desde o início do 'layoff', em setembro de 2023, o sindicato alertou para a possibilidade de encerramento desta unidade, manifestando preocupação "pelo futuro dos trabalhadores" e "destruição da capacidade produtiva do país", acrescentou.

O 'layoff' na fábrica de Sines da multinacional tailandesa Indorama Ventures arrancou no início de outubro de 2023, durante seis meses renovável por igual período, com o pagamento de 66% do salário atual dos trabalhadores, e terminou em outubro de 2024.

Em junho de 2024, apenas "metade dos cerca de 130 trabalhadores" abrangidos pelo 'layoff' mantinham-se nessa situação.

"Em outubro de 2024, os trabalhadores que mantinham o vínculo à empresa foram chamados para desempenhar as funções normais, mas desde novembro que estão nos seus postos de trabalho com a fábrica parada", precisou Hélder Guerreiro.

O sindicalista explicou que "estão a decorrer negociações nos termos que a lei prevê para cessação dos postos de trabalho" e acrescentou que os trabalhadores "têm direito, nos termos do acordo de empresa, a um salário por cada ano de antiguidade, formação e seguro de saúde".

Além do fecho e do despedimento dos trabalhadores, o dirigente do SITE-Sul apontou para a possibilidade de a fábrica de Sines da Indorama "vir a ser deslocalizada".

"Apesar de a Indorama não querer continuar a laborar nesta fábrica, era importante que essa instalação ficasse no concelho ou fosse vendida ou cedida a outra empresa, mantendo a questão da produção e, porventura, até dos salários", defendeu.

Por isso, o SITE-Sul apelou ao Governo e ao presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, para "que tenha palavra e a possa usar contra mais um crime contra a produção nacional e no sentido da desindustrialização do país e da região".

Num comunicado divulgado também hoje, o PCP lamentou o encerramento definitivo desta fábrica e manifestou a sua solidariedade para com os trabalhadores, referindo tratar-se de "mais um capítulo negro da desindustrialização do país e de destruição social".

No documento, os comunistas lembraram que, "após um ano de 'layoff', suportado por verbas da Segurança Social, não houve nenhum resultado positivo, nem para os trabalhadores, nem para o país", e criticaram "a displicência com que são aplicados os fundos destinados a pagar prestações sociais e reformas".

A empresa tailandesa Indorama Ventures adquiriu, em novembro de 2017, a antiga fábrica da Artlant, unidade industrial ligada à área petroquímica instalada no Complexo Industrial de Sines, num investimento de 28 milhões de euros.

A Artlant, que tinha a Caixa Geral de Depósitos (CGD) como principal credora, foi declarada insolvente pelo Tribunal de Lisboa em julho de 2017, dois anos após entrar em Processo Especial de Revitalização (PER).

A Indorama fabrica ácido tereftálico purificado, utilizado para a produção de politereftalato de etileno (PET), componente base no fabrico de embalagens de plástico para uso alimentar (como garrafas para bebidas), e tem uma capacidade produtiva de 700 mil toneladas por ano.

Leia Também: Constrangimentos nos portos de Lisboa, Setúbal, Sines e Leixões

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