Principal produção nacional de morangos em risco devido ao mau tempo

A principal produção nacional de morangos está em risco em Torres Vedras, depois de as estufas terem ficado danificadas pelo mau tempo de hoje de madrugada, disseram à agência Lusa representantes dos produtores.

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Lusa
20/03/2025 16:39 ‧ há 2 dias por Lusa

Economia

Torres Vedras

"Ainda estamos a fazer o levantamento da dimensão dos prejuízos nas estufas para enviar para a Direção Regional de Agricultura de Lisboa e Vale do Tejo [DRALVT], mas a zona pior é a da produção de morangos do Ameal, que é a principal mancha de produção nacional de morangos a nível nacional", afirmou Carla Miranda, técnica na única organização de produtores de morangos do concelho.

 

Os oito produtores do agrupamento "ficaram todos com prejuízos" e com 70 hectares de estufas danificadas.

"Os agricultores andam a retirar plásticos e ferros destruídos da produção, que está em plena colheita, também vai continuar a chover e a produção, que já é sensível e por isso tem de ser protegida, vai ficar afetada e tenderá a ganhar doenças", explicou.

Numa exploração, na localidade do Ameal, freguesia do Ramalhal, os prejuízos são superiores a 300 mil euros, somando os estragos dos plásticos e estruturas, na própria produção e os custos da mão-de-obra com as limpezas, disse o responsável André Roque.

Dos 16 hectares de área, em cinco que estavam em plena colheita "a perda é total", adiantou.

Estávamos a iniciar a colheita, não vamos conseguir repor até abril as estruturas e estimamos uma quebra de produção de 50%", apontou.

Noutros três hectares ao ar livre, as plantas "ficaram arrancadas".

Numa outra exploração, em Vila Facaia, na mesma freguesia, Paulo Rodrigues faz contas aos prejuízos, que aponta para 12 a 13 mil euros com estufas danificadas em 2,5 dos 4 hectares que possui.

"Tenho de me aguentar, é o risco da agricultura, e tenho de andar para a frente", afirmou este produtor de morangos há 12 anos, que tem os seus 22 colaboradores no campo a "repor estruturas".

"Comprei plástico a mais, caso contrário tinha de encomendar e ficar várias semanas à espera dele", disse, com a esperança de conseguir "salvar a produção" e minimizar os efeitos do mau tempo na fruta, que começou a colher.

A Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste (AIHO) está também a efetuar o levantamento dos prejuízos nas estufas hortícolas.

As mais afetadas localizam-se nas freguesias de A-dos-Cunhados e Silveira, onde as principais produções são nesta altura de tomate e curgete, disse o seu presidente Sérgio Ferreira.

"Temos estufas com plásticos danificados e ficando as culturas desprotegidas, porque o vento entra lá dentro, ficam também afetadas", esclareceu o responsável.

Nas culturas ao ar livre, a mais afetada é a da batata, "com quebras muito significativas", que estimou entre 20 e 50%.

A AIHO prevê concluir até sexta-feira o levantamento que está a efetuar para enviar para a DRALVT.

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