Depois de ter aumentado pela primeira vez desde 2013 (ainda que em 2014 e 2015 tenha havido uma estabilização), a desigualdade salarial entre homens e mulheres voltou a diminuir em 2023, com a remuneração base mensal a ser 12,5% inferior à dos homens.
Os dados constam do barómetro das diferenças remuneratórias entre homens e mulheres 2025, divulgado pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, um dos ramos da Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE), com base nos Quadros de Pessoal de 2023.
Trata-se de um recuo face ao registado em 2022, quando a diferença entre a remuneração base entre os homens e as mulheres era de 13,2%, em desfavor das mulheres. É também o valor mais baixo desde, pelo menos, 2010, quando o fosso salarial era de 17,9% em desfavor das mulheres.
Também a diferença entre o salário médio -- que, além da remuneração base, tem em consideração subsídios de caráter regular ou prémios - voltou a reduzir-se.
Em 2023, o salário médio das mulheres era 15,4% inferior ao dos homens, isto é, menos 0,6 pontos percentuais face à diferença de 16% registada em 2022.
De acordo com os dados disponibilizados, em 2023 a remuneração base média mensal das mulheres era de 1.124,90 euros brutos, enquanto a dos homens era de 1.286,20 euros brutos.
Já o salário médio das mulheres era de 1.327,3 euros brutos, ao passo que o dos homens era de 1.568,90 euros brutos.
Por outro lado, a análise do GEP revela que o 'Gender Pay Gap' (GPG) ajustado, - que tem em conta "variáveis objetivas" para esta diferença salarial, nomeadamente o setor de atividade económica, a profissão, o nível de qualificação profissional, a habilitação literária ou a antiguidade no emprego - também recuou: em 2023 era de 8,4% no que toca à remuneração base mensal, isto é, menos 0,5 pontos percentuais face a 2022 (era de 8,9%).
Já no que toca ao salário médio, o GPG ajustado entre homens e mulheres era de 11,1% em 2023, menos 0,4 pontos percentuais face ao ano anterior (11,5%).
Isto "significa que existe uma diferença entre as remunerações médias das mulheres e os salários médios dos homens que não decorre das diferenças entre as distribuições de mulheres e homens" pelas variáveis acima mencionadas, conclui o GEP.
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