PRR? "Esta reprogramação foi uma inevitabilidade", defende ministro

O ministro da Coesão Territorial garantiu hoje, em Lisboa, que a reprogramação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), entregue a Bruxelas no sábado, foi uma inevitabilidade, que não dependeu da opinião do Governo ou da oposição.

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Lusa
05/02/2025 19:08 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

PRR

"Esta reprogramação foi uma inevitabilidade", apontou Castro Almeida, em resposta aos deputados, precisando que um conjunto de projetos caiu, "independente da opinião do Governo ou da oposição", porque a sua execução não era compatível com o calendário estipulado.

 

O titular da pasta da Coesão Territorial, que falava na comissão parlamentar de acompanhamento da execução do PRR e do Portugal 2030, exemplificou que o Governo "quis salvar" a barragem do Pisão, tentando alterar a sua meta, mas a Comissão Europeia insistiu que a obra tem de estar completa no prazo definido.

No âmbito desta reprogramação, foram reduzidas ambições de alguns investimentos e removidos projetos, como a captação de água no rio Guadiana no Pomarão, a dessalinizadora, o aproveitamento hidráulico de fins múltiplos do Crato e o trânsito ferroviário ligeiro Odivelas-Loures.

A mobilidade sustentável é a componente que terá o maior ajustamento com esta reprogramação. No total, são quase 416 milhões de euros que deixam de estar destinados a esta área, segundo uma apresentação que o Governo fez, na semana passada, à Assembleia da República, a que a Lusa teve acesso.

Destaca-se ainda a habitação, com uma redução que ultrapassa os 391 milhões de euros.

A par da gestão hídrica e da habitação evidenciam-se descidas em componentes como as empresas 4.0 (-39 milhões de euros), qualificações e competências (-21,5 milhões de euros) e a escola digital (-100.000 euros).

O valor do PRR que, com esta reprogramação, deixa de estar alocado a projetos que vão ser financiados por fontes alternativas, nomeadamente através do BEI, do programa Portugal 2030 ou do Orçamento do Estado, vai ser destinado a áreas como saúde ou Inteligência Artificial.

Por exemplo, foram adicionados dois investimentos na componente C05 (Capitalização e Inovação Empresarial) -- Unidades de Investigação e Infraestruturas Científicas Nacionais e Inovação Empresarial.

Na componente C09 (Gestão Hídrica) foi acrescentado o investimento no Parque Fotovoltaico do Alqueva, enquanto na componente C10 (Mar) foi incluído o Plano para Reforço e Capacidade de Produção de Gelo.

A componente C12 (Bioeconomia Sustentável) conta agora com um investimento na Reciclagem e Valorização de Resíduos.

Já o número de marcos e metas passa de 463 para 450.

Questionado sobre o corte previsto para a habitação, Castro Almeida disse que 26.000 casas vão ser construídas e financiadas dentro do prazo, o que referiu ser um propósito do Governo anterior que é mantido.

A estas somam-se quase 33.000 casas que vão ser financiadas até 2030, ou seja, para lá do PRR, com o Orçamento do Estado ou com recursos do BEI -- Banco Europeu de Investimento.

Em particular, no que se refere ao parque habitacional a custos acessíveis, que prevê a construção de 6.800 casas, o ministro precisou que cerca de 3.500 estão em obra e vão ser construídas.

"As outras casas estava previsto serem feitas pelas Câmaras Municipais. A maior parte estava contratada, mas não ia ser feita dentro do prazo. Foram retiradas por precaução. As câmaras terão o seu financiamento por via do PRR ou do BEI", acrescentou

A proposta que Portugal submeteu, no sábado, vai ser avaliada e a Comissão Europeia deverá pronunciar-se no prazo máximo de dois meses.

O PRR, que tem um período de execução até 2026, pretende implementar um conjunto de reformas e investimentos tendo em vista a recuperação do crescimento económico.

Além de ter o objetivo de reparar os danos provocados pela covid-19, este plano tem o propósito de apoiar investimentos e gerar emprego.

A última reprogramação do PRR foi aprovada em setembro de 2023.

Leia Também: "Existe prática de não cumprir prazos. Queremos acabar com esta situação"

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