Está aberta uma nova polémica no futebol português. Pouco tempo depois da eleição de Pedro Proença como novo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, e naquilo que parecia ser uma transição tranquila, eis que uma carta enviada por Fernando Gomes, ex-líder da FPF agora a presidir o Comité Olímpico, aos presidentes das federações de futebol europeias fez 'estalar o verniz' no domingo.
Pedro Proença também apresentou uma candidatura ao Comité Executivo da UEFA e garantiu, no sábado, contar com o apoio de Fernando Gomes, algo que, afinal, não será verdade, tal como o antigo presidente da FPF explicou na tal missiva que despoletou toda esta polémica.
"Foi a maior das surpresas tomar conhecimento de uma carta enviada pelo presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Pedro Proença, na qual o meu nome é mencionado sem consentimento prévio ou mesmo informação", pode ler-se na carta assinada por Fernando Gomes, à qual a Lusa teve acesso, dirigindo mais críticas a Proença.
"Pedro Proença escolheu o caminho da destruição do legado que eu e a minha equipa construímos ao longo de 13 anos, através de decisões e insinuações públicas que visam atacar o nosso bom nome e que, como se verá, são completamente infundadas", vincou o agora presidente do Comité Olímpico.
Reunião de emergência na FPF
As palavras fortes de Fernando Gomes parecem ter caído que 'nem uma bomba' na Cidade do Futebol e rapidamente a FPF anunciou a realização de uma "reunião de emergência" por conta das "gravíssimas insinuações" do anterior presidente.
A reunião da direção de Proença estava marcada para 9h30 desta segunda-feira e prometia analisar e avaliar "as consequências" das alegações de Fernando Gomes, lembrando que Portugal se encontra em plena organização do Mundial'2030 e que apresentou uma candidatura ao Europeu feminino de 2029.
Poucas horas depois, a Federação emitiu novo comunicado, já com as conclusões da tal reunião, frisando os "momentos absolutamente vitais para o futuro" do futebol português e estabeleceu três prioridades, uma das quais a realização de uma "audiência com caráter de urgência ao Governo para avaliação dos impactos face aos compromissos assumidos".
Sporting e FC Porto "preocupados"
A polémica na FPF rapidamente abalou os clubes que já manifestaram especial preocupação com o caso, como foi o caso de Sporting ou FC Porto.
"O Sporting CP considera fundamental que Portugal mantenha uma voz ativa e influente nos órgãos de decisão do futebol europeu. Uma eventual perda de representação portuguesa no Comité Executivo da UEFA poderá comprometer a defesa dos interesses do futebol, fragilizando a posição de Portugal nas grandes decisões estratégicas do futebol europeu e mundial", pode ler-se no comunicado dos leões, numa visão também partilhada pelo rival FC Porto.
"É absolutamente fundamental que Portugal se mantenha representado nas mais altas instâncias reguladoras do futebol internacional (incluindo na UEFA), por forma a assegurar a proteção dos interesses do futebol português a nível europeu e mundial", defendem os dragões, também através de nota oficial, deixando mais um alerta.
"É por isso imperioso que se esclareçam os factos relativos a este grave incidente para que episódios semelhantes não se repitam no futuro e para que se restabeleça, de forma prioritária, a cordialidade e a normalidade no relacionamento institucional entre as entidades que regem o desporto em Portugal", conclui o FC Porto.
Benfica em silêncio
Sp. Braga ou Arouca foram outros dos clubes que já assumiram uma tomada de posição após a polémica instalada na FPF, mas também o silêncio do Benfica merece nota de destaque.
Até à data de publicação deste artigo, as águias ainda não se manifestaram publica e formalmente sobre a nova 'novela' do futebol português que promete arrastar-se nos próximos dias.
[Notícia atualizada às 15h20]
Leia Também: Reunião de emergência na FPF após "gravíssimas insinuações" de Gomes