A reunião magna vai decorrer no Complexo Desportivo do Marítimo, em Santo António, com início às 19:00, cuja ordem de trabalhos prevê a apreciação, discussão e votação do requerimento para destituição dos membros dos órgãos sociais.
Os signatários do documento apontam o mau desempenho da equipa profissional de futebol, que ocupa um desapontante 14.º lugar na II Liga, com apenas 30 pontos, a 14 dos lugares de subida direta, quando faltam jogar oito jornadas, já sem hipóteses de lutar pela regresso ao primeiro escalão.
A vertente financeira também gera preocupação entre os associados que assinaram o requerimento, uma vez que os madeirenses competem pelo segundo ano consecutivo no segundo escalão, o que gera menos dinheiro, sobretudo em receitas televisivas.
O presidente da direção, Carlos André Gomes, lidera os destinos do Marítimo desde novembro de 2023, quando venceu as eleições com 71% dos votos, contra os 27% do outro candidato, Carlos Batista, num sufrágio que teve ainda 2% de votos brancos e nulos.
Uma das suas primeiras medidas foi a de substituir o técnico Tulipa pelo madeirense Fábio Pereira, em dezembro de 2023, decorridas 12 jornadas da II Liga, com o objetivo de melhorar o sexto lugar que os insulares ocupavam na altura.
No final da época, o Marítimo terminou em quarto lugar, com os mesmos 64 pontos do AVS, que beneficiou da vantagem no confronto direto para ser terceiro classificado, tendo os madeirenses falhado a presença no play-off de subida.
Em 2024/25, Fábio Pereira acabou demitido à passagem da quarta jornada devido aos maus resultados, após somar uma vitória, dois empates e uma derrota nas primeiras quatro jornadas da II Liga.
Seguiu-se a contratação de Jorge Silas, que orientou a equipa em apenas cinco jogos, e ainda Rui Duarte, que também acabou por sair ao fim de nove partidas, para dar lugar ao madeirense Ivo Vieira, no final da primeira volta, em janeiro.
O técnico, natural de Machico, contabiliza nove jogos neste seu regresso ao Marítimo, que já tinha orientado entre 2015 e 2016, com duas vitórias, cinco empates e duas derrotas.
Apesar da crise diretiva, Carlos André Gomes garantiu recentemente que decorrem conversas com potenciais parceiros, que pretendem injetar capital na SAD marítimista, embora reconheça que o processo abrandou após a marcação da AG.
A estratégia da direção do Marítimo passa por vender uma posição minoritária, de forma a que o clube mantenha o controlo da SAD, num passo que é visto como fundamental para aumentar a competitividade da equipa de futebol profissional.
No plano institucional, o mandato de Carlos André Gomes fica marcado pela agressão a um sócio, no Aeroporto da Madeira, depois de falhado o objetivo da subida de divisão, à chegada da formação insular depois do empate (1-1) no terreno do Académico de Viseu, na 34.ª e última jornada da II Liga 2023/24.
O presidente do Marítimo reconheceu que se tratou de um ato irrefletido e fez as pazes com o associado, que também aceitou as desculpas.
Relativamente às infraestruturas, decorre a fase final do processo de licenciamento do Estádio do Marítimo, cujas obras de conclusão receberam recentemente autorização por parte da Câmara Municipal do Funchal.
Em fevereiro de 2024, o complexo desportivo do Marítimo, situado em Santo António, onde treinam as camadas jovens do clube, obteve o alvará de utilização, também devidamente certificado pela autarquia funchalense.
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