"A tenacidade da FIFA e de alguns procuradores federais suíços durante 10 anos acabou", declarou à comunicação social Platini, antigo presidente da UEFA e três vezes vencedor da Bola de Ouro enquanto futebolista, à saída do Tribunal Extraordinário de Recurso, em Muttenz, na Suíça.
O ex-presidente da FIFA Joseph Blatter mostrou-se aliviado com a decisão judicial de o absolver juntamente com Michel Platini de um crime de fraude quando presidiu à entidade e garantiu que, 10 anos volvidos, "o caso acabou" e pode "respirar".
"É um grande alívio para mim, porque isto já acontece há 10 anos. É como se uma espada de Dâmocles pairasse sobre a minha cabeça. E agora acabou e posso respirar", disse o antigo dirigente suíço, presentemente com 89 anos, à saída do tribunal.
Michel Platini, de 69 anos, antigo presidente da UEFA, afirmou estar aliviado com a decisão no processo em que sempre referiu que os dois milhões de francos suíços (1,8 milhões de euros) que a FIFA lhe pagou eram referentes a trabalhos de consultoria.
A revelação deste pagamento suspeito em 2015 levou à suspensão disciplinar de Michel Platini, então presidente da UEFA, precisamente quando parecia idealmente colocado para suceder a Joseph Blatter como responsável máximo da FIFA.
"Ninguém em casa acreditava que eu era responsável por alguma coisa. Conheço a história desde o início e sei que foi para me impedir de ser presidente da FIFA", acrescentou o francês, que se considera agora "demasiado velho" para procurar assumir novas responsabilidades no futebol.
A saída de cena de Michel Platini abriu caminho ao seu braço direito na UEFA, o ítalo-suíço Gianni Infantino, que se tornou presidente da FIFA em fevereiro de 2016 e, entretanto, já foi reeleito para um mandato até 2027.
"Sei que para os meus inimigos o tempo era importante. Eles não se importam com os dois milhões [de francos suíços]. Deixaram-me de lado durante 10 anos", continuou Michel Platini.
O Ministério Público helvético recorreu da decisão da primeira instância, em julho de 2022, que absolveu as duas antigas figuras de cúpula do futebol mundial e europeu, mas o Tribunal Penal Federal voltou a não encontrar motivos para uma condenação.
Em 04 de março, o gabinete do Procurador-geral da Suíça tinha pedido que fosse aplicada a Blatter e Platini a pena de um ano e oito meses de prisão, suspensa por igual período, pelo alegado pagamento ilícito de dois milhões de francos suíços (cerca de 1,8 milhões de euros) por parte da FIFA ao então presidente da UEFA.
Após quase 10 anos do início do processo, o Ministério Público da Suíça, que recorreu do veredicto inicial em outubro de 2022, ainda pode apresentar um último recurso, no Tribunal Federal, mas com muitas limitações juridicamente.
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