Escritora, poeta e jornalista, Maria Teresa Horta afrontou o Estado Novo e afirmou-se como expoente do feminismo em Portugal, na vida e na literatura.
Para a 'rapper' Capicua "não há palavras que possam conter o agradecimento" devido a Maria Teresa Horta.
"Que estejamos à altura da sua coragem, talento e sentido de justiça. [...] Que possa estar agora ao colo do seu amor e que não deixe de escrever um poema por dia por toda a eternidade", escreveu.
A autora Cláudia Lucas Chéu partilhou que se é hoje escritora, desobediente e recusa sentar-se "à secretária da tradição", é também graças a Maria Teresa Horta.
Partilha idêntica fez a escritora e jornalista Anabela Mota Ribeiro, escrevendo que se não fosse Maria Teresa Horta não seria a mulher, a feminista e a escritora que é: "Devo-lhe muito. Devemos-lhe muito, não só as mulheres, mas sobretudo as mulheres".
A atriz Ana Brandão agradeceu à "enorme" e "eterna desobediente" Maria Teresa Horta "todas as palavras" que deixou.
O ator e encenador Martim Pedroso agradeceu a Maria Teresa Horta "pela coragem de prevaricar e denunciar", referindo que a democracia "não se vai esquecer".
Também o ator e encenador André e. Teodósio agradeceu a Maria Teresa Horta "por tudo". "A mulher censurada que lutou para que se pudesse escrever, para que se pudesse ser mulher, para que não se tivesse medo. O corpo social e individual, a identidade, a sexualidade, os afetos e a memória, num turbilhão gráfico de desejos sem culpa. Levada a tribunal, silenciada, fez de si o planeta de dedos rodeados de anéis solares", escreveu sobre a "deusa sem igual".
O escritor e editor Manuel Alberto Valente defende que Maria Teresa Horta "foi mais do que a sua poesia, foi mais do que o seu feminismo". "Foi uma mulher à frente do seu tempo: anunciou a liberdade e viveu-a em cada gesto e em cada palavra. Que os deuses a recebam com cânticos de alegria!", escreveu.
O escritor Pedro Chagas Freitas considera a morte de Maria Teresa Horta "uma perda para a literatura" e "também para a liberdade".
"Nem toda a escrita liberta, mas a dela sim. Bateu onde tinha de bater, incomodou quem tinha de incomodar, abriu portas que outros queriam manter fechadas. A maior parte da literatura passa, acumula-se em prateleiras, torna-se inofensiva. A dela não. A dela ficou. Fica", partilhou.
As cantoras Aldina Duarte e Marta Hugon, a deputada Isabel Moreira, os ilustradores André Carrilho, Nuno Saraiva, Sílvia Rodrigues e Marta Nunes, a artista plástica Tamara Alves estão entre outras personalidades da Cultura que recordaram Maria Teresa Horta com a partilha de fotografias ou ilustrações.
Entre as instituições que recordaram também hoje a escritora e jornalista estão o Museu do Aljube, que em 2021 teve patente a exposição 'Mulheres e Resistência - Novas Cartas Portuguesas' na qual homenageou as 'Três Marias'.
O museu lisboeta lembra a "figura brilhante da cultura portuguesa", que deixa "um legado imenso de coragem e luta pela igualdade".
O Cinema São Jorge, em Lisboa, recorda uma outra faceta de Maria Teresa Horta, a de "cinéfila militante". "Nos anos 50 tornou-se a primeira mulher diretora de um cineclube, o ABC, cujo primeiro ciclo foi totalmente censurado pelo Secretariado Nacional de Informação", partilhou.
A UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta considera que "os feminismos estão de luto" com a morte de Maria Teresa Horta, a quem agradece muito "por tudo".
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