José Manuel Mendes, que evocou primeiramente "a amiga" que Maria Teresa Horta foi, considerou que a sua perda é "um momento de luto para o país".
"O país das letras, não só dos escritores, mas dos leitores, mas também aquele país real, sobre o qual ela nos deixou páginas inesquecíveis, no romance, como na prosa cronística e jornalística, e ainda em pormenores de particular beleza na poesia, que está reunida em diferentes volumes", disse José Manuel Mendes, em declarações à Lusa.
Para o presidente da APE, Maria Teresa Horta "foi alguém decisivo, desde logo na luta feminista, no contexto de outras lutas por um humanismo irresignado. As 'Novas Cartas Portuguesas' são sempre referenciadas, mas eu gosto de lembrar nela os textos de poesia e de ficção, onde atingiu uma invulgaridade que, nesta hora, importa sublinhar".
José Manuel Mendes evocou ainda a sua personalidade, "marcada profundamente pela emoção e pela inteligência, por uma autonomia" impossível de constranger.
Foi também uma mulher "livre, corajosa, apesar de todas as melancolias e do humor, que era um traço muito fino, que aqueles que com ela privaram puderam conhecer", descreveu, sublinhando que é esta sua obra, "nem sempre tão reconhecida quanto devia ter sido, que passa e que fica para as gerações que irão lê-la".
"O meu desejo mais profundo é que o futuro a mereça", acrescentou.
Leia Também: Montenegro exalta "exemplo de liberdade" de Maria Teresa Horta