Sessão do 25 de Abril? "Há datas que não podem deixar de ser assinaladas"

O presidente do Chega disse hoje estar a favor da realização da sessão solene do 25 de Abril por considerar que "há datas que não podem deixar de ser assinaladas", mas pediu que se evite "campanha política" nesse dia.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
18/03/2025 17:06 ‧ há 4 horas por Lusa

Política

CHEGA

Em declarações aos jornalistas antes de uma ação de contacto com moradores e comerciantes na freguesia da Misericórdia, em Lisboa, André Ventura defendeu que a cerimónia se possa realizar, mas, idealmente, "sem discursos de partidos ou de campanha política".

 

"Há datas que não podem deixar de ser assinaladas. Essa é uma delas, há outras, e acho que nós não devemos deixar de ter país por causa de umas eleições. Porém, devemos evitar que se usem estas datas para fazer campanha política", disse, acrescentando que "as datas são de todos" e "não devem ser usadas como manipulação e campanha".

Ventura ressalvou, porém, que se o parlamento optar por uma cerimónia com discursos políticos o partido também estará presente e, neste momento, "não se preocupa muito com isso".

A conferência de líderes de quarta-feira irá decidir se a Assembleia da República realiza ou não este ano a tradicional sessão solene comemorativa do 25 de Abril de 1974, no atual contexto de crise política e em que o parlamento estará dissolvido a partir de quinta-feira.

"Na conferência de líderes não ficou decidido se haverá ou não, este ano, sessão solene [do 25 de Abril de 1974]. É uma matéria que os grupos parlamentares solicitaram uma melhor reflexão. Essa reflexão, em princípio, ocorrerá na próxima quarta-feira, com uma nova conferência de líderes", anunciou na semana passada o deputado Jorge Paulo Oliveira.

A sessão que assinala a Revolução dos Cravos no parlamento não se realizou em apenas quatro dos 49 anos da Assembleia da República nascida das eleições de 25 de abril de 1976, data da entrada em vigor da Constituição democrática.

Em 1983, em 1993 e em 2011 não houve sessão evocativa no parlamento e em 1992, por proposta do então Presidente Mário Soares, a celebração transferiu-se para a zona de Belém, numa tentativa de a tornar mais apelativa e sensibilizar os mais jovens para as conquistas democráticas.

Em 1983, a sessão no parlamento não se realizou por haver eleições legislativas no próprio dia 25 de abril; em 2011, por a Assembleia se encontrar dissolvida; e em 1993, quando os órgãos de comunicação social decidiram em bloco boicotar todos os trabalhos parlamentares em protesto contra a limitação da circulação dos jornalistas no edifício de S. Bento, em Lisboa. Como não haveria cobertura, decidiu-se cancelar a sessão no parlamento.

Leia Também: PSD defende sessão do 25 de Abril no Parlamento "nos termos habituais"

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