Uma pequena comitiva da IL realizou hoje um périplo por cafés e pastelarias na freguesia do Caniço, no município de Santa Cruz, por onde os liberais foram distribuindo sacos do partido, canetas e panfletos.
O cabeça de lista às regionais do próximo dia 23, Gonçalo Maia Camelo, perguntava às pessoas como estavam e assegurou que na Iniciativa Liberal está um projeto sério, tendo um grupo de cidadãos manifestado o seu desagrado com os políticos.
Em declarações à agência Lusa, o candidato quis aproveitar a visita ao Caniço, uma zona habitacional contígua à capital madeirense, para realçar a necessidade de criar mais "zonas de expansão urbana e construção em altura".
"E quando digo construção em altura, não estou a falar de torres de 50 andares, nem de 100 andares, que fique claro, porque isto não é o Dubai, embora haja ali uma zona da Ajuda que dizem que é o Dubai. O que eu digo é abandonar um bocadinho a lógica das moradias unifamiliares ou dos prédios com três andares", explicou.
Gonçalo Maia Camelo considerou que só com mais construção é que poderá haver uma redução de preços, lembrando que a freguesia do Caniço foi há 15, 20 anos "uma zona de expansão do Funchal", na qual as famílias procuraram soluções de habitação a preços competitivos fora do centro do Funchal.
"Nós precisamos de mais oferta, precisamos de ofertas alternativas e precisamos, no fundo, de colocar mais casas no mercado imobiliário para que os preços desçam", reforçou, acrescentando que a construção pública não vai resolver o problema da habitação.
Referindo que se tratam de "dois campos de atividade" distintos, o candidato considerou que a habitação pública e social deve destinar-se para as famílias que não têm condições socioeconómicas para comprar independentemente dos preços, enquanto para a classe média a solução passa por aumentar os rendimentos e reduzir preços das casas com um aumento da oferta.
O Governo Regional, apontou o coordenador da IL/Madeira, tem "um papel essencial na elaboração dos PDM [Plano Diretor Municipal]" e "pode estabelecer um diálogo com as Câmaras no sentido de criar isenções e reduções de taxas urbanísticas".
As legislativas da Madeira, as terceiras em cerca de um ano e meio, decorrem no dia 23, com 14 candidaturas a disputar os 47 lugares no parlamento regional, num círculo único: CDU (PCP/PEV), PSD, Livre, JPP, Nova Direita, PAN, Força Madeira (PTP/MPT/RIR), PS, IL, PPM, BE, Chega, ADN e CDS-PP.
As eleições antecipadas ocorrem 10 meses após as anteriores, na sequência da aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega - que a justificou com as investigações judiciais envolvendo membros do Governo Regional, inclusive o presidente, Miguel Albuquerque (PSD) -- e da dissolução da Assembleia Legislativa pelo Presidente da República.
O PSD tem 19 eleitos regionais, o PS 11, o JPP nove, o Chega três e o CDS-PP dois. PAN e IL têm um assento cada e há ainda uma deputada independente (ex-Chega).
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