O líder parlamentar do Partido Social Democrata (PSD), Hugo Soares, considerou, esta quinta-feira, que as críticas da oposição face à comunicação sobre a segurança do país por parte do primeiro-ministro, Luís Montenegro, são "caricatas e ridículas".
"A oposição, quando não tem mais nada para dizer que seja substantivo, ou seja, o que verdadeiramente importa, ou seja, o que muda a vida de cada um dos portugueses fica-se por generalidades. Acusar de ridículo e de caricato uma declaração ao país que tem como principal objetivo transmitir segurança aos cidadãos portugueses é manifestamente, isso sim, caricato e ridículo", disse, em declarações à imprensa, na Assembleia da República.
O social-democrata questionou ainda "como é que é possível assistirmos ao coro de críticas da oposição às declarações de um primeiro-ministro que o faz, dando conta ao país, como é sua obrigação, de uma reunião que teve com os representantes do Sistema de Segurança Interna, com as forças e serviços de segurança, com as ministras que tutelam a área da segurança".
É manifestamente poucochinho o que as oposições têm para dizer a Portugal"Ao contrário do que dizem, é mesmo uma obrigação do primeiro-ministro transmitir ao país o que o Governo está a fazer, como é que o Governo pretende resolver o problema concreto da vida das pessoas e, acima de tudo, dizer ao país que está a governar para melhorar a vida de cada uma e de cada um. É manifestamente poucochinho o que as oposições têm para dizer a Portugal", atirou.
Confrontado com as declarações do antigo ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, que indicou que a aquisição de mais de 600 veículos para as forças de segurança se tratava de "um planeamento feito pelo anterior Governo", cujo concurso tinha já "financiamento estabelecido", Hugo Soares replicou com uma pergunta.
"A pergunta que lá em casa se faz é que, se queria fazer, porque é que nunca fez? Se estava previsto, porque é que nunca executou? Andamos nisto há oito meses; o Governo a fazer, e o PS a dizer que também gostaria de ter feito", argumentou.
Ainda que tenha confessado ter ficado "absolutamente chocado com a desvalorização que se fez", o social-democrata considerou que, "sempre que a oposição acusa o Governo de propaganda, significa que o Governo está a fazer coisas certas".
Saliente-se que a generalidade dos partidos fez duras críticas à conferência de imprensa conduzida pelo primeiro-ministro, tendo apontado que Luís Montenegro virou "xerife". A exceção, inicialmente, foi o líder do Chega, André Ventura, que apontou que o chefe do Executivo deu "razão" ao seu coletivo. Contudo, esta manhã de quinta-feira, o presidente do partido populista de direita radical deu um passo atrás, ao afirmar que a declaração foi "caricata" e uma "trapalhada política".
Na comunicação de ontem, o chefe do Governo fez o ponto de situação da operação Portugal Sempre Seguro que, desde 4 de novembro, resultou no desmantelamento de "duas redes criminosas no âmbito da imigração ilegal e do tráfico de pessoas".
O responsável salientou ainda que, apesar de ser um país seguro, Portugal não pode "viver à sombra da bananeira" em matéria de segurança, e reiterou total confiança no "trabalho excecional" da ministra da Administração Interna.
Anunciou, além disso, que o Governo aprovará no Conselho de Ministros desta quinta-feira uma autorização de despesa de mais de 20 milhões de euros para a aquisição de mais de 600 veículos para a PSP e GNR.
[Notícia atualizada às 13h53]
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