Fragmentos ósseos de um resto humano que deverá ser o mais antigo da Europa Ocidental foram encontrados em Espanha. A descoberta é apontada num estudo publicado na revista Nature, esta quarta-feira.
O crânio foi encontrado em 2022 numa caverna em Sima del Elefante, perto de Burgos, no norte de Espanha. O crânio parcial inclui o lado esquerdo de um rosto, mas, segundo os resultados do estudo, não há certezas acerca do período ao certo.
Sabe-se, no entanto, que a espécie da qual fazia parte a pessoa cujos restos foram encontrados fossilizados viveu há mais de 1,1 milhão de anos. Segundo o Guardian, não terá, no entanto, mais do que 1,4 milhão de anos.
A descoberta sugere ainda que pelo menos duas formas de humanos primitivos ocuparam a região no início do Pleistoceno, quando a caverna se situava no interior de uma floresta húmida e rica em vida selvagem, sendo então atravessada por rios e riachos.
“Esta investigação introduz um novo ator na história da evolução humana na Europa”, explicou Rosa Huguet, da Universidade de Rovira i Virgili, no sul da Catalunha, que ajudou a descobrir os fósseis na caverna.
Até agora, os vestígios humanos mais antigos da Europa Ocidental eram peças de ossos maxilares e dentes de Sima del Elefante, com 1,1 a 1,2 milhões de anos. Os mais recentes, datados de há 800.000 anos foram descobertos numa caverna vizinha, em Gran Dolina.
Segundo o especialista José María Bermúdez de Castro, este é "mais um passo para compreender os primeiros europeus".
"Sabemos agora que esta primeira espécie tinha uma aparência que lembrava os espécimes incluídos por muitos no Homo erectus. No entanto, o que está em Sima del Elefante tem uma combinação muito particular de caraterísticas. Devem ser encontrados mais fósseis noutros sítios contemporâneos para se chegar a uma conclusão mais sólida sobre a identidade desta espécie", afirmou, citado pelo Guardian.
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