"A Câmara de Loures procedeu a demolições no bairro do Talude Militar sem aviso prévio. Sabemos que a Câmara já tinha estado previamente a numerar algumas das casas autoconstruídas e as casas que destruiu foram casas que estavam numeradas. A Câmara nunca dialogou muito com os moradores", afirmou Gonçalo Filipe, do movimento Vida Justa.
O ativista explicou que a Câmara de Loures, no distrito de Lisboa, ordenou esta manhã a demolição das três barracas "sem aviso prévio, sem contacto e sem apoios de assistentes sociais".
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Câmara Municipal de Loures, presidida pelo socialista Ricardão Leão, não quis comentar.
Segundo Gonçalo Filipe, as demolições ocorreram numa altura em que nenhuma das famílias se encontrava no bairro.
"Estas pessoas estão numa situação muito delicada e aquilo que a Câmara está a fazer com elas é mandá-las para uma situação de sem-abrigo, em vez de pensar numa situação mais estrutural que resolva o problema delas e lhes dê uma alternativa habitacional", argumentou, sem saber indicar quantas pessoas estavam a morar nestas barracas.
Em vários bairros do concelho de Loures a autarquia tem procedido à demolição de habitações precárias.
Numa nota divulgada há cerca de duas semanas, o município reafirmou a intenção de não permitir que "situações de ilegalidade e insalubridade persistam e se multipliquem".
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