Governo cai "em voto de desconfiança". Que se diz lá fora sobre a crise?

A imprensa internacional não deixou a crise política vivida em Portugal passar em branco e assinalou a queda do Governo. Eis o que se diz lá fora.

Notícia
AnteriorSeguinte

© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
12/03/2025 08:23 ‧ há 5 horas por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Crise política

A crise política em Portugal ganhou, na terça-feira, um novo capítulo: o Governo de Luís Montenegro caiu, depois de ser rejeitada a moção de confiança. Avizinham-se eleições antecipadas e a situação não passou despercebida lá fora, onde os jornais destacam, sobretudo, a instabilidade dos últimos anos no país. 

 

"Nem um ano durou o Governo conservador em Portugal: Porquê e o que vai acontecer agora?", lê-se no El País esta quarta-feira. O diário espanhol escreve que o Parlamento "rejeitou a moção de confiança apresentada pelo primeiro-ministro, o que levou à queda do seu Governo no meio de uma crise política marcada pelos negócios da sua família" e recorda uma crise que "começou há 19 dias". Além disso, destaca que "a decisão sobre o futuro político do país fica nas mãos do Presidente da República". 

Por sua vez, o francês Le Monde noticia que "Portugal está a caminho de novas eleições legislativas antecipadas"

"Num clima de grande tensão, marcado por acusações de perseguição política e de eventual tráfico de influências, bem como por suspensões de debates e tentativas de negociação de última hora, a Assembleia da República rejeitou na terça-feira, 11 de março, a moção de confiança ao primeiro-ministro Luís Montenegro (Partido Social Democrata, PSD, centro-direita)", escreve, referindo que, "em consequência", o Presidente da República "deverá convocar novas eleições legislativas antecipadas o mais rapidamente possível". "A quarta em cinco anos", destaca. 

É também neste último ponto que pega o The Guardian"Portugal enfrenta as terceiras eleições em três anos com o Governo a perder moção de confiança".

"O Governo minoritário de Portugal perdeu um voto de confiança no Parlamento, forçando a sua demissão e provocando as terceiras eleições gerais no país da UE em três anos", escreve o jornal britânico, referindo que o Executivo, "uma aliança de dois partidos liderada pelo Partido Social Democrata (PSD)", estava "no poder há menos de um ano" e "tinha apenas 80 lugares na atual legislatura de 230 lugares". 

Já a agência Reuters noticiou: "Governo português perde moção de confiança e aproximam-se as eleições". 

"Lisboa, o Governo cai. Haverá novamente uma votação: a quarta em cinco anos", lê-se no Corriere della Sera, enquanto o também italiano la Repubblica escreve: "Portugal, não passa a confiança ao primeiro-ministro Montenegro: queda do Governo de centro-direita". "O primeiro-ministro está há dias no centro de uma crise política devido a uma série de conflito de interesses. O país poderá ser objeto de eleições antecipadas já em meados de maio", sublinha. 

Do outro lado do oceano, o brasileiro g1 diz que "Portugal terá novas eleições após queda do primeiro-ministro" e lembra que Montenegro "estava no poder há menos de um ano". O New York Times decidiu fazer um trocadilho e adiantou: "Governo português cai num voto de desconfiança ao fim de apenas um ano".

Pode ver alguns destes destaques na fotogaleria acima.

O resumo de uma crise política

Recorde-se que a crise política foi desencadeada há cerca de um mês após notícias sobre uma empresa familiar que pertenceu ao primeiro-ministro, a Spinumviva, levando à apresentação de duas moções de censura do Chega e PCP, ambas chumbadas. Face às dúvidas que os partidos continuaram a manifestar, o primeiro-ministro anunciou a apresentação de uma moção de confiança, rejeitada na terça-feira, que provocou a queda do Governo.

As dúvidas sobre antiga empresa de Luís Montenegro, que antes de ir para o Governo passou à sua mulher e mais recentemente aos seus filhos, levou o PS a apresentar uma comissão parlamentar de inquérito para produzir resultados num prazo de 90 dias. No debate em plenário, o Governo admitiu retirar a moção de confiança caso o PS reduzisse o tempo do inquérito para 15 dias, mas o PS rejeitou.

Após uma interrupção dos trabalhos durante meia-hora, o PSD fez saber que propôs ao PS que o inquérito durasse até final do mês de maio, ou seja, cerca de dois meses, proposta que também foi rejeitada pelo PS. O requerimento do PS para uma comissão de inquérito propõe um prazo de até 90 dias.

Leia Também: Parlamento não confia em Montenegro. O que se disse após o (duro) debate?

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas