"Autarcas estão sempre sob suspeita. Nem sempre justiça é a responsável"

Isaltino Morais falou acerca da recandidatura à Câmara de Oeiras, da inexistência de um acordo com os sociais-democratas e também da falta de "prestação de contas" da justiça em Portugal.

Notícia

© Global Imagens

Notícias ao Minuto
05/02/2025 23:59 ‧ há 4 horas por Notícias ao Minuto

País

Isaltino Morais

O presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, garantiu, esta quarta-feira, que será candidato à Câmara Municipal de Oeiras, mas recusou-se a "lançar a campanha" para as Autárquicas, que acontecem em outubro.

 

"Não preciso propriamente de anunciar a candidatura. Naturalmente que sou candidato ao município de Oeiras. A apresentação formal é isso mesmo, uma formalidade, que a seu tempo se apresentará. Não tenho pressa, porque ainda há tanta obra a fazer e projetos a lançar que um avanço rápido, sem ver até outros candidatos, é de alguma forma, lançar a campanha eleitoral", explicou, quando questionado sobre a situação na Grande Entrevista, emitida pela RTP3.

Sublinhando que  já tem a experiência de mandatos anteriores, Isaltino Morais revelou que "não tem muita pressa", já que o que se costuma dizer é que "depois das eleições continuam as inaugurações". "Para não sujeitar às polémicas das campanhas eleitorais, deixo as inaugurações para depois", afirmou.

Isaltino Morais foi ainda questionado sobre se avançaria como independente ou com o apoio do Partido Social Democrata, com quem tem "boas relações". "Também tenho boas relações com o PS, diga-se de passagem", atirou.

"Em 2021, a coisa esteve quase. Não houve um acordo, não fui candidato com o apoio ou numa lista com designação do PSD, curiosamente pela oposição de dois militantes do PSD residentes em Oeiras - David Justino e Isabel Meireles", revelou. Destaque-se que, na altura, o líder do Partido Social Democrata era Rui Rio e não Luís Montenegro.

Questionado sobre se sentia uma maior proximidade com esta liderança foi assertivo: "Sinto proximidade com Montenegro, como sentia com Rui Rio. Com quem não sentia proximidade nenhuma era com a administração de Passos Coelho. Aí sim porque houve uma viragem à Direita brutal e eu sou um social-democrata. Como social-democrata sou humanista, acredito na missão que o poder e autarcas, qualquer pessoa que tenha poder no sentido de transformar a vida das pessoas, que se deve dedicar justamente a ajudar as pessoas e combater a pobreza", atirou.

"Se o PSD decidir me apoiar, fico satisfeito. Mas não há negociações nesse sentido. Dizer que vai haver um acordo entre mim e o PSD? Nesse momento, não está em cima da mesa", atirou.

"Os autarcas e as autarquias, os políticos em geral, estão sempre sob suspeita"

Isaltino Morais foi ainda questionado sobre o impacto que casos como o Tutti Frutti tinha nas autarquias, colocando-as eventualmente sobre suspeita. "Os autarcas e as autarquias, os políticos em geral, estão sempre sob suspeita. E nem sempre a justiça é que é a responsável. Os políticos também judicializam muita coisa", respondeu, exemplificado com a discussão à alteração da Lei dos Solos, "responsável pela especulação imobiliária".

O autarca de Oeiras disse ainda que, muitas vezes, quando "se quer criar um problema faz-se uma denúncia", que muitas vezes "não tem qualquer fundamento". "Durante anos permanece a suspeitas. As denúncias muitas vezes correspondem a suspeitas que são levantadas por quem perdeu as eleições", disse ainda.

"O ambiente que se vive em Portugal é de denúncia, populismos, em que se aproveita tudo para denegrir a classe política", resumiu.

E apesar de dizer ter "boas relações com o PS", Isaltino parece ter colocado isso 'à prova', dado que, questionado sobre se concordava com a frase 'à justiça o que é da justiça, à política o que é da política', 'mantra' do ex-primeiro-ministro António Costa, respondeu: "É a maior mentira. Pura cobardia. Quando se diz 'à justiça o que é da justiça, à política o que é da política' está a negar-se o que a a Constituição da república afirma. A justiça não está de livre de escrutínio. A justiça deve prestar contas à Assembleia da República", justificou, exemplificando com a ida de um procurador-Geral da República ao Parlamento, algo que "todos os anos" devia acontecer, para informar como vão os processos da justiça, como esta funciona.

"Prestar contas. O poder judicial habituou-se em Portugal a não prestar contas a ninguém. Ninguém. Todos se escudam na ideia do recurso", acrescentou Isaltino.

Leia Também: Tutti Frutti. PSD espera que Carlos Eduardo Reis suspenda mandato

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas