O ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, esteve reunido, na manhã desta quinta-feira, com Daniel Chapo, eleito presidente de Moçambique.
Após o encontro, Paulo Rangel garantiu aos jornalistas presentes no local que o balanço da reunião "é positivo" e que aquilo que 'colheu' de todos "é uma grande disposição para um consenso, para haver um diálogo e para trazer contributos positivos para uma solução que resolva os problemas de Moçambique".
O governante mostra assim esperança na "construção de uma democracia a funcionar em pleno e a responder aos desafios da prosperidade num país que tem muitas dificuldades".
Já sobre o papel de Portugal nesse "diálogo", Paulo Rangel realçou que, "todos podemos ajudar", mas "os problemas de Moçambique têm de ser resolvidos pelas forças políticas do país".
Durante o encontro Paulo Rangel e Daniel Chapo falaram "da cooperação entre Portugal e Moçambique, sobre o papel que a União Europeia pode ter com esta nova agenda que ontem foi apresentada e não propriamente sobre as negociações ou como elas vão decorrer".
Questionado sobre os tiros disparados, ontem, contra os manifestantes, durante a tomada de posse do novo chefe de Estado moçambicano, Paulo Rangel garantiu que não se apercebeu de nada. Porém, salientou que "Portugal, desde o início, reiteradamente, sempre lamentou e condenou toda a violência" em Moçambique, desde que Daniel Chapo foi eleito.
Recorde-se que, a 23 de dezembro, Daniel Chapo, de 48 anos, foi proclamado pelo Conselho Constitucional (CC) como vencedor da eleição a Presidente da República, com 65,17% dos votos, nas eleições gerais de 9 de outubro, que incluíram legislativas e para assembleias provinciais, que a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, que apoiou a sua candidatura) também venceu.
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