Investigadores exploram uso de compostos da resina nos alimentos de aves

Investigadores da Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) estão a explorar a utilização de compostos derivados da resina de pinheiro nos alimentos de aves com o objetivo de encontrarem alternativas aos antibióticos.

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Lusa
07/01/2025 11:55 ‧ ontem por Lusa

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Em comunicado enviado à agência Lusa, o IPV referiu que os investigadores desenvolveram "uma abordagem pioneira para a obtenção de ingredientes antimicrobianos naturais, destinados a serem usados como aditivos em alimentos para aves".

 

"Durante anos, a produção animal intensiva utilizou antibióticos como promotores de crescimento, mas o seu uso abusivo levou à proibição na União Europeia, devido a questões relacionadas com a resistência antimicrobiana e possível impacto na saúde humana", explicou a investigadora principal do projeto, Cláudia Neves.

No entanto, "cerca de 40 países no mundo ainda recorrem a essa prática" e, atendendo à necessidade de "encontrar alternativas mais seguras e sustentáveis, o projeto foca-se na exploração de compostos naturais presentes na colofónia, um produto proveniente da destilação da resina de pinheiro".

Um ensaio experimental com frangos mostrou que, "ao adicionar compostos derivados desse material à alimentação das aves, foi possível modelar o seu metabolismo e consequentemente melhorar a qualidade nutricional da carne".

O IPV frisou que "os investigadores acreditam que este estudo é um importante contributo para aliar sustentabilidade e eficiência na produção animal, promovendo práticas que assegurem a segurança alimentar, reduzam os impactos ambientais e respondam às crescentes exigências da sociedade por métodos de produção mais ecológicos e responsáveis".

Esta investigação resultou do projeto BioFeed "Antimicrobianos de base natural na alimentação de aves para melhorar o desempenho e saúde animal", financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.

Liderada por Cláudia Neves e Dulcineia Wessel, a equipa de investigadores integra também Jorge Oliveira, António Pinto, Helena Vala, Catarina Coelho, Carla Garcia, José Manuel Costa, Morgana Macena e Maria Isabel Santos.

O sucesso desta investigação foi reconhecido no 24.º Congresso Nacional de Zootecnia, realizado em novembro de 2024, onde recebeu um prémio pela melhor comunicação oral apresentada na área da Nutrição e Alimentação Animal.

Organizado pela Associação Portuguesa de Engenharia Zootécnica e pela Associação Portuguesa dos Industriais de Alimentos Compostos para Animais, este prémio distingue o melhor trabalho na área da alimentação animal, premiando a inovação, o rigor científico e o impacto na prática da Zootecnia.

O projeto conta também com uma empresa de Aveiro especializada na produção de derivados de colofónia, a investigadora e consultora da Universidade de Aveiro Graça Neves e uma parceria internacional com o investigador Enrico Sanjust da Universidade de Cagliari.

Leia Também: Investigadores reúnem-se no Brasil para analisar caixas-negras de avião

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